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“Avenida Central”, espetáculo com textos de João do Rio
Da Redação em 07 de Dezembro de 2016 Informar erroLocal: Teatro Dulcina ENDEREÇO: Rua Alcindo Guanabara 16, Centro – Metrô Cinelândia. CONTATO: (21) 2240-4879 DETALHES: De 08 a 22/12/16 | Quarta, quinta, sexta e domingo às 19h. Sábado, às 20h | Entrada franca O título do espetáculo refere-se ao nome original da atual Avenida Rio Branco, inaugurada em 1904, principal marca na remodelação da cidade empreendida pelo então prefeito Pereira Passos. “Avenida Central”, portanto, abarca tanto as dimensões reais como irreais deste local tanto de seres ficcionais imaginários, criados pelo escritor, como cenário de grandes momentos e fatos históricos da cidade que perpassam a vida e obra de João do Rio.
No dia 15, Celina Sodré (UFF), Adriana Schneider (UFRJ), Lia Jordão (Biblioteca Nacional), Iuri Lapa (Bilioteca Nacional) e João Carlos Rodrigues (biógrafo de João do Rio) debatem os aspectos modernos, rodrigueanos, decandentistas e contemporâneos antecipados na obra do autor
No momento em que se comemora cerca de um século da obra de João do Rio e do surgimento do Teatro Moderno na Europa, o Coletivo Cosmogônico, em seu primeiro trabalho, iniciou os ensaios de “Avenida Central”, em setembro, debruçando-se sobre mais de dez livros do autor. Frases, fragmentos, imagens, textos e personagens, rua, religião, decadentismo, expressionismo, art nouveau, belle époque carioca e as neuroses de uma identidade em plena formação (de contornos já rodrigueanos antes de Nelson Rodrigues) e as tênues e indiscerníveis fronteiras entre ficção e crônica jornalística, arte e vida, obra e autor – são alguns dos elementos deste espetáculo que oferece mais fragmentação e inacabamento, do que completude e totalização.
A estreia será no Teatro Dulcina, dia 08 de dezembro, com um inédito uso espacial deste equipamento cultural, para apenas 40 espectadores por sessão. “Avenida Central” marca a estreia de João Bernardo Caldeira na direção, mestre em Artes da Cena pela UFRJ, que assina ainda a dramaturgia, com supervisão artística de Celina Sodré, cujo trabalho ele filia-se levando adiante o método de partituras de Jerzy Grotowski. No elenco, Hugo Grativol, Mariana Rosa, Paulo Maia, Ricardo Baggio e Tainá Machado, atores-pesquisadores que já vêm trabalhando esta linha com os diretores. Juntos, eles formam o Coletivo Cosmogônico.
Figura pública e notória, João do Rio caiu no ostracismo após a sua morte (1881-1921). Depois de ter a sua obra recuperada, tem sido frequentemente lembrado por meio de recorrentes clichês, que enfatizam, sobretudo, a figura do flaneur, a exaltação da rua ou a série de crônicas sobre religiões. Ignoram-se, no entanto, em sua obra, elementos caros à modernidade e à crise da arte contemporânea, como a quebra da sacralidade da obra de arte canônica, a desfronteirização de gêneros, das diversas expressões da escrita e entre obra e autor, arte e realidade. Ou também princípios de inacabamento, rizoma e polifonia.
No dia 15 de dezembro, às 17h, no Teatro Dulcina, um debate abordará estes aspectos menos explorados e os pontos de contato com a cena expandida contemporânea, com os pesquisadores Celina Sodré (Diretora, e professora Doutora da UFF), Adriana Schneider (Professora Doutora da UFRJ em Direção Teatral e Artes da Cena), João Carlos Rodrigues (biógrafo de João do Rio), Iuri Lapa e Lia Jordão (historiadores e pesquisadores da Biblioteca Nacional).
“Quanto mais o tempo passa, mais próximos estamos de chegar à altura de compreender um pouco mais da obra de João do Rio. Gay, pobre, gordo e mulato, escreveu uma obra fragmentada, complexa, contraditória. Deslumbrou-se com o surgimento de um projeto de civilização nos moldes europeus, flertou com o submundo dos cortiços, da homossexualidade e dos trabalhadores e identificou o nascimento daquilo que hoje chamamos do modo de ser do carioca e de um certo arquétipo de brasileiro. Utilizou dezenas de pseudônimos, desinteressado em criar 'a sua grande obra' e confundindo-se entre sua persona e sua escrita. Na ficção, crueldade, culpa católica, hiperestesia e hiperrrealismo nos remetem ao futuro Nelson Rodrigues, ao decadentismo europeu, a Oscar Wilde e ao rompimento do romance moderno com o realismo, interrompendo as concatenações lógicas de espaço, memória e de tempo. Da futilidade à luta operária, do feminismo à vagabundagem, do acaso à polifonia, João do Rio ainda permanece como um inesgotável enigma a ser desvendado”, diz João Bernardo.
Em cena, cinco atores constroem e desconstroem mais de 15 personagens dramáticos e outros tantos. Fragmentos de histórias, falas e personagens são apresentadas e fundidas, como pedaços de personagens pirandellianos a esmo. A cena é exposta como espaço de ritual, delírio, hiperestesia, morte e jogo teatral, e a montagem, ou construção de um possível João do Rio, ou diversos possíveis, acontece na experiência de cada espectador.
Tradução em Libras – Linguagem Brasileira dos Sinais:
Dias 9, 17 e 21/12Debate com acadêmicos e pesquisadores acerca da obra de João do Rio e os pontos de contato com a cena expandida contemporânea:
Dia 15/12, às 17hClassificação: 12 anos.
Duração: 90 minutos.
Capacidade: 40 lugares
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