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  • Diogo Nogueira: O Brasil é um celeiro de talentos

    Agenda Bafafá em 08 de Maio de 2016    Informar erro
    Diogo Nogueira: O Brasil é um celeiro de talentos

    Uma das revelações do samba do Rio de Janeiro é o cantor e compositor Diogo Nogueira. Aos 31 anos, filho do saudoso João Nogueira, vem arrebatando público e fãs pelo país. Até Chico Buarque compôs e gravou participação no CD "Tô fazendo a minha parte". Em entrevista exclusiva ao Bafafá, Diogo conta que inicialmente queria ser jogador de futebol e só optou pela música depois de uma lesão. “A partir desse momento, vi que o futebol não dava mesmo para mim. Montei minha própria banda e resolvi seguir a carreira de cantor”. Questionado sobre suas fontes de inspiração, não titubeia: “As questões do dia a dia, o relacionamento, o amor. O amor sempre traz inspiração”, segreda. Sobre a nova geração de músicos, Diogo é enfático: “O Brasil é um celeiro de talentos”. Quando você era pequeno tinha a ideia de um dia ser músico? Na verdade não... O meu sonho sempre foi ser jogador de futebol. Teu pai te estimulava a cantar? De vez em quando nós cantávamos juntos. A minha estréia como cantor foi ao lado do meu pai, mas foi uma estréia bem tímida, na adolescência. Quando foi que você realmente decidiu cantar profissionalmente? Após uma lesão que eu tive no joelho, quando jogava no Cruzeiro de Porto Alegre, em 2004, voltei para o Rio de Janeiro e, aos poucos, começaram a surgir os primeiros convites para canjas em shows. A partir desse momento, vi que o futebol não dava mesmo para mim. Montei minha própria banda e resolvi seguir a carreira de cantor. Aos poucos, fui construindo a carreira que tenho hoje. O sobrenome pesa? Lido com muita naturalidade com o fato de ser filho de uma pessoa tão especial como meu pai. Ser filho de um grande artista é, antes de tudo, um orgulho e um privilégio. Mas nunca tive facilidades por isso, e acho que muitas vezes a cobrança é ainda maior. Mas faço meu trabalho com sinceridade e honestidade, isso me dá confiança para seguir em frente e conquistar o meu espaço. Além de cantor, você é também compositor? Onde encontra a fonte de inspiração? Sim, gosto também de compor. A inspiração vem de coisas simples do dia a dia, da natureza... Quais são os temas mais recorrentes? As questões do dia a dia, o relacionamento, o amor. O amor sempre traz inspiração. Compor para escola de samba é mais difícil? Por um lado sim, pois é uma responsabilidade grande. Por outro lado, a sinopse do carnavalesco nos ajuda a desenvolver um samba que se encaixe no que a escola está pretendendo levar para a avenida. Gostou de Chico Buarque ter gravado com você? Muito! Foi bem inesperado... O disco já estava sendo prensado, quando o Chico me ligou e disse que tinha feito uma música e sugeriu que eu gravasse. Assim que a ouvi, liguei para meu empresário e pedi para parar a prensagem do CD. Gravamos a música em apenas dois dias e ainda ganhamos uma participação especialíssima do Chico Buarque, nos vocais, e do Hamilton de Holanda, no bandolim. Como está indo o programa Samba na Gamboa? O Samba na Gamboa está na sua quarta temporada, e tem nos dado muitas alegrias. Além de ser um enorme prazer estar com grandes artistas da nossa música, do samba, o programa é um dos lideres de audiência na TV Brasil, todas as terças, as 22 horas, em rede nacional. É muito gratificante ir a Salvador, ou Porto Alegre, ou Belém e encontrar pessoas que vêm me falar que assistem fielmente o programa todas as terças. O que achou da explosão do carnaval de rua no Rio de Janeiro? O Rio de Janeiro sempre teve uma enorme vocação para o carnaval, para festas populares. Acho positivo o crescimento da festa, os blocos nas ruas, mas acho válido também uma atenção especial para que a festa não se descaracterize e vire algo meramente comercial, onde os interesses comerciais sejam maiores que a natureza, o espontâneo, a verdadeira essência dos tradicionais blocos de carnaval. Isso vale também para a Sapucaí. Como foi gravar em Cuba? Foi maravilhoso, e apesar de não ter sido algo planejado com antecedência, conseguimos um resultado muito especial. Os cubanos são maravilhosos, Havana é uma cidade linda, e a música de lá tem uma mágica, como a música brasileira tem. Gostou da musicalidade do cubano? Gostei muito, aliás, já gostava antes de ir para Cuba. Mas estando lá, ao vivo, cantando com o Los Van Van, com quem tive a oportunidade de cantar e tê-los no DVD, foi algo que ficará marcado para sempre na minha vida. Quais são os músicos que você destaca no momento no Brasil? Tem muita gente boa. Novos nomes como o do cantor Moyseis Marques e da Mariene de Castro, ótima cantora baiana. Também tem o pessoal do Quinteto em Branco e Preto, de São Paulo. O Brasil é um celeiro de talentos. O samba é eterno? Com certeza. E é a melhor expressão do povo brasileiro. Quais são seus planos e projetos a curto e médio prazo? Vou gravar meu novo CD em março e abril, e lançaremos no início do segundo semestre. Continuo com o Samba na Gamboa, e fazendo shows por todo o Brasil e pelo mundo. Em março faço quatro shows na Africa, em Angola, e vou cantar numa premiação em Cabo Verde. Em abril faço shows em Houston, nos Estados Unidos. E assim vou levando o meu samba mundo a fora. Tem alguma utopia? Não sei se é uma utopia, pois realmente gostaria que isso acontecesse. Mas queria que a gente tivesse um país com menos violência, mais justiça social e com analfabetismo zero. Muitos países têm chegado lá. Será que não podemos fazer o Brasil caminhar para também chegar lá? Entrevista concedida a Ricardo Rabelo, editor do Bafafá. Fevereiro 2013

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