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  • Edu Krieger: Composição é sempre minha prioridade

    Agenda Bafafá em 23 de Maio de 2016    Informar erro
    Edu Krieger: Composição é sempre minha prioridade

    O violonista, compositor e cantor Edu Krieger (neto do maestro Aldo Krieger e filho do compositor Edino Krieger) é apontado como um dos novos talentos da cena musical brasileira. Ele já tocou ao lado de Elba Ramalho, Alceu Valença e Geraldo Azevedo e teve músicas gravadas por Maria Rita, Pedro Luís e a Parede e Roberta Sá. Fez ainda trilhas sonoras para o teatro e compôs a canção original do filme de Euclydes Marinho, Mulheres Sexo Verdades Mentiras.

    Em entrevista ao Bafafá, Edu fala sobre a carreira, música e muito mais. Sobre ter o DNA musical, Edu Krieger reconhece: “Isso me ajuda muito, pois é um nome de muito prestígio no meio musical, que me dá uma espécie de credibilidade-automática. Cabe a mim mantê-la, desenvolvendo um trabalho de qualidade”, assegura.

    Seu primeiro contato com a música foi através do canto ou do violão?
    O canto surgiu primeiro na minha formação musical, através do Coro Infantil do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, do qual fiz parte durante três anos.

    Você tinha qual idade na época?
    Entrei no grupo com sete anos e fiquei até os dez.

    Quando foi sua primeira apresentação pública?
    A primeira lembrança que tenho do palco é anterior ao próprio Coro Infantil. Lembro-me das audições organizadas pela Escola de Música Pro-Arte, no Rio de Janeiro, onde eu estudava flauta doce aos seis anos de idade.

    Quais foram suas influências musicais?
    Ouvi de tudo, mas sempre me encantei especialmente pelos gêneros musicais brasileiros, como o samba, o choro, o forró. Além de seu pai, quais são seus outros ídolos? Luiz Gonzaga, The Beatles, Chico Buarque, Paulinho da Viola, Pixinguinha, Geraldo Azevedo...

    Qual o momento que você considerou mais marcante em sua carreira?
    Minha carreira vem sendo construída de forma gradativa, passo a passo. É composta por pequenos grandes momentos. A conquista do prêmio Shell de melhor trilha sonora para teatro em 1998 abriu-me muitas portas. Os shows que fiz acompanhando o maestro e sanfoneiro Sivuca também foram marcantes para mim. O show de lançamento do meu primeiro CD no Canecão, em 2007, foi particularmente emocionante, pois naquele palco já pisaram grandes ídolos meus. Jogar futebol com o Chico Buarque também foi lindo (risos).

    Em sua trajetória, em algum momento, sentiu-se pressionado pelo público ou pela crítica por ser filho de Edino Krieger?
    Não. Isso me ajuda muito, pois é um nome de muito prestígio no meio musical, que me dá uma espécie de credibilidade-automática. Cabe a mim mantê-la, desenvolvendo um trabalho de qualidade. Você tem idéia de quem é o seu público? Não faço idéia. A graça é justamente essa. Quando penso que as pessoas que procuram meu CD são mais maduras, recebo mensagens de adolescentes pela internet, dizendo adorar meu som.

    E vice-versa. Como você encara as críticas?
    Tive a sorte de só receber críticas positivas sobre meu primeiro CD. Nunca li nada negativo a respeito do meu trabalho. Não sei como eu reagiria a isso, mas tenho a impressão de que não me abalaria. Faz parte do ofício. Eu não fico deslumbrado com elogios, então acho que também não me chatearia com críticas negativas.

    Já houve alguma crítica que fizesse com que você repensasse seu trabalho?
    Não. Eu entendo a crítica como a expressão de uma opinião pessoal, que não deve ter muito peso nas decisões que o artista toma sobre seu trabalho ou sua carreira. O melhor é seguir a própria intuição. É claro que pode haver críticas que apontem elementos que o artista ainda não tinha enxergado, e essas são enriquecedoras (e raras), podendo até mesmo melhorar algum aspecto do trabalho. Você já tocou ao lado de grandes nomes da MPB.

    Com quem gostaria ainda de tocar?
    Dividir o palco com o Chico Buarque deve ser emocionante. Qual sua opinião sobre a música instrumental brasileira? É rica e com possibilidades inesgotáveis. É uma música híbrida, com uma capacidade incrível de moldar-se a outros estilos, criando sempre uma sonoridade nova. Sem falar na qualidade de nossos instrumentistas. Na Lapa, bairro carioca onde costumo tocar toda semana, me impressiona a quantidade de músicos excepcionais que aparecem todo dia.

    Você vê perspectivas futuras?
    Sim, as melhores possíveis. Mas sempre sabendo que a batalha é árdua. E é isso que torna as conquistas prazerosas. Em teu primeiro CD "Edu Krieger", lançado pela Biscoito Fino (2006), além de tocar, você também canta. Você pretende investir mais em seu lado cantor? Acho que o lado cantor evolui naturalmente conforme eu vou me exercitando no palco, seja em rodas de samba, fazendo o show do meu CD ou gravando. A cada dia eu descubro uma nova possibilidade pra minha voz, procurando a melhor forma de colocá-la a serviço da canção e estou feliz com os resultados. Recentemente comecei a ser convidado a participar de algumas gravações e shows como intérprete, cantando músicas de outros autores. Percebo que meu lado cantor está ganhando força. Mas a composição é sempre minha prioridade, é o que eu mais gosto de fazer, mais do que cantar ou tocar.

    Abril 2008
    Por Ana Cristina Tavares


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