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Flávio Venturini: “Eu sou um cara muito apaixonado”
Agenda Bafafá em 06 de Maio de 2016 Informar erro
Mineiro de Belo Horizonte, Flávio Venturini é um dos fundadores do Clube da Esquina, o mais importante movimento musical de Minas Gerais. O artista integrou ainda os grupos O Terço e 14 Bis, este último marco da música instrumental no país. Entre suas composições mais conhecidas estão “Todo Azul do Mar”, “Linda Juventude”, “Caçador de Mim” e “Espanhola”, em parceria com Guarabyra.Em entrevista ao Bafafá, Flávio Venturini fala sobre o início de carreira e de suas diversas fases profissionais. O artista lançou recentemente o DVD Não se apague esta noite” que define como algo feito numa fase apaixonada. “Falo muito de amor na minha vida, vivi muitos amores. Então eu retrato um pouco as minhas experiências”, explica. Ele revela ainda a volta, ainda este ano, do grupo 14 Bis com uma série de shows e a gravação de um DVD.
Como a música aconteceu na sua vida? Desde criança me interessei pela música. Minha mãe tinha uma pensão e eu ficava na porta do quarto do maestro ouvindo ele tocar piano. Eu ouvia também muito rádio, gostava das músicas românticas. Meu primeiro instrumento foi um acordeon dado pela minha mãe e o segundo um piano dado pelo meu pai. Eles gostavam de música, mas não tinha nenhum músico na família. Mamãe gostava de cantar para mim (riso). Além disso, estudava música na Fundação de Educação Artística. Quando adolescente comecei a tocar em bailes e festas até que conheci o pessoal do Clube da Esquina. Isso foi um grande incentivo, um monte de gente fazendo música boa. Passei a participar dos festivais de inverno que eram efervescentes nos anos 70. Isso tudo me fez optar pela carreira profissional começando com o grupo O Terço.
Você acha que o Clube da Esquina é o principal movimento musical de MG? Com certeza, ele marcou não só a música mineira como a música brasileira. O nome clube vem do fato que o Lô Borges tocava muito nas esquinas perto da casa dele com outros compositores. Aí fizeram essa música chamada Clube da Esquina, de autoria do Milton e do Lô. Ela acabou batizando o movimento de compositores.
Qual é o legado deixado pelo Clube? Muitas canções bonitas e poemas. A idéia de juntar tudo numa coisa mais universal com um olhar do que estava acontecendo lá fora.
Concorda com Lô Borges que o Clube da Esquina abriu as portas e as atuais bandas mineiras arrombaram as portas para a música mineira? Cada macaco no seu galho (riso). Essas bandas fizeram mais sucesso comercial e são muito boas, entre elas, o Skank, o Jota Quest e o Pato Fú que é uma coisa mais cult. São bandas importantes no cenário dos últimos anos. Agora eu acho que o Clube da Esquina ainda foi mais importante porque foi um movimento de vários compositores compondo bem para caramba e influenciando muita gente, inclusive estas bandas.
Você imaginava que o Clube da Esquina fosse ter essa repercussão até hoje? Não, ninguém tinha idéia.
Como foi a experiência do 14 Bis? Esse sonho vinha dos Beatles, nós queríamos fazer uma banda. Éramos eu, Beto Guedes e o Vermelho (tecladista). Depois o Beto saiu porque foi contratado pela EMI Odeon para gravar um disco. Criou até certo estresse já que eu tinha largado o grupo O Terço para ir tocar com ele. Mais tarde comecei a carreira solo, ainda no 14 Bis.
Fale sobre seu novo CD/DVD “Não se apague esta noite” É um momento de retorno às origens, à Belo Horizonte. Toco as minhas músicas mais conhecidas com vários convidados. Ao mesmo tempo mostro coisas novas, mais instrumentais e algumas músicas inéditas. É um momento de mudança de ares (riso).
O que quer dizer que ele foi feito numa fase apaixonada? Eu sou um cara muito apaixonado (riso). Falo muito de amor na minha vida, vivi muitos amores. Então eu retrato um pouco as minhas experiências (riso).
Quais são seus projetos em andamento? Tenho o projeto de um CD novo com composições inéditas que vou começar a gravar este ano, mas que ainda não tem nome. Tem também o projeto de retorno ao 14 Bis. Vamos fazer alguns shows e gravar um DVD.
Você morou longos anos no Rio. Como foi o retorno a Belo Horizonte? Claro que sinto saudades do Rio onde vivi 26 anos. Voltar para casa também foi legal, tenho muitos amigos. Moro no campo, fora da cidade, um lugar lindo, bom para trabalhar e compor. Gosto do ar de Minas. Está sendo gostoso. Se alguém quiser uma dica boa em Minas eu indico o Museu de Inhotim na Região Metropolitana. É sensacional, de nível mundial. Destaco também as cidades históricas que são maravilhosas de se visitar.
Tem alguma utopia? Acho que não. Tenho projetos de vida mais relacionados à música, fazer coisas diferentes.
Setembro 2011
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Eliana:
Amo Flávio Venturini e todo o pessoal do Terço, do Clube da Esquina. Sou coetânea desses meninos maravilhosos. Tudo que eles fazem vira emoção. Também escrevo poemas e estou começando a postá-los no Youtube, no HELIANASUPER. -
Maria Odete da Silva Rangel Rangel:
Sempre gostei de musicas
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