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  • Eliseu Visconti, pintor impressionista mais importante do Brasil, morreu após ser ferido em um assalto

    Da Redação em 11 de Abril de 2021    Informar erro
    Eliseu Visconti, pintor impressionista mais importante do Brasil, morreu após ser ferido em um assalto

    Eliseu d'Angelo foi um pintor e designer ítalo-brasileiro ativo na virada dos séculos XIX e XX. É considerado um dos mais importantes artistas brasileiros do período e o mais expressivo representante da pintura impressionista no Brasil.

    Nascido na comuna de Giffoni Valle Piana, província de Salerno, na região italiana da Campânia, imigra em 1873 com sua irmã Marianella para o Brasil, para trabalhar na colheita de café na fazenda de propriedade de Luís de Sousa Breves, o Barão de Guararema, em Além Paraíba.
     
    A profunda afeição da Baronesa pelo pequeno Eliseu coloca-o ainda jovem estudando no Rio de Janeiro. Após um frustrado início na música, ingressa em 1882 no Liceu de Artes e Ofícios. Três anos depois, sem abandonar o Liceu, matricula-se na Academia Imperial de Belas Artes, tendo como professores Zeferino da Costa, Rodolfo Amoedo, Henrique Bernardelli, Victor Meirelles e José Maria de Medeiros.
     
    Após vencer um concurso em 1892, recebe como prêmio uma bolsa para estudar na França onde se matricula na École nationale supérieure des beaux-arts. Ele acaba abandonando a instituição e em 1894 inscreve-se na École normale d'enseignement du dessin (École Guérin), onde foi aluno de Eugène Samuel Grasset, considerado uma das mais destacadas expressões do Art Nouveau.
     
    Em 1901, Visconti organiza sua primeira exposição individual na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Além das telas a óleo trazidas da França, expõe os trabalhos de design, resultado de seu aprendizado com Grasset.
     
    Em 1903, leva sua exposição a São Paulo e participa com 16 projetos do concurso de selos postais organizado pela Casa da Moeda. Os projetos de Visconti, com forte influência do art nouveau, vencem o concurso e são publicados com elogios no Brasil e no exterior, inclusive na revista francesa “L’Illustration”.
     
    Mas os selos de Visconti jamais seriam impressos, o que causou grande mágoa ao artista. A pioneira incursão de Visconti pelo design incluiu ainda cartazes, cerâmicas, tecidos, papéis de parede, vitrais e luminárias.
     
    Entre 1905 e 1908 Eliseu Visconti executa o pano de boca, o plafond (teto sobre a plateia) e o friso sobre o palco (proscênio) do Theatro Municipal. E entre 1913 e 1916, pinta os painéis do foyer, considerados uma obra prima da pintura decorativista no Brasil. 
     
    Em junho de 1906, Visconti foi eleito para substituir Henrique Bernardelli na primeira cadeira de Pintura da antiga Escola Nacional de Belas Artes, cargo que só veio a assumir no ano seguinte, e no qual permaneceu até 1913, quando pediu exoneração para retornar à Europa e realizar a decoração do foyer do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
     
    Após sua volta definitiva ao Brasil, em 1920, outra luminosidade e outras cores exerceriam influência sobre ele, levando-o a criar um impressionismo próprio, retratado em suas paisagens de Teresópolis, cheias de atmosfera luminosa e transparente, de radiosa vibração tropical. Para o crítico de arte Mário Pedrosa, com as paisagens de Saint Hubert e de Teresópolis, Visconti é o inaugurador da pintura brasileira, o seu marco divisório. 
     
    Após 1920, a fluência nas diversas técnicas e a maestria com que administra o uso das cores associado aos efeitos de luz tornam-se uma característica das telas de Visconti. Participa do processo de contínua modernização urbana da cidade do Rio de Janeiro, executando importantes decorações para a Biblioteca Nacional, para o Palácio Tiradentes e para o Palácio Pedro Ernesto.
     
    Em 1922, é agraciado com a Medalha de Honra na Exposição Internacional do Centenário da Independência. Acompanha com interesse os acontecimentos da Semana de Arte Moderna, para a qual não foi convidado. Pietro Maria Bardi comentaria: "Esqueceram o único realmente moderno de sua época, que era Visconti".
     
    Realiza na Galeria Jorge, em 1926, nova exposição de design, reapresentando os trabalhos antigos e expondo agora os selos postais premiados em 1904, bem como o ex-libris e o emblema da Biblioteca Nacional.
     
    O alargamento do palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em meados da década de 1930, iria proporcionar a Visconti um retorno às emoções da mocidade. O artista executa um novo friso sobre a boca de cena (friso sobre o proscênio), em perfeita harmonia com as demais decorações.
     
    Em 2008, durante a reforma do Theatro Municipal para a festa do seu centenário, foi encontrado por acaso o proscênio primitivo.
     
    Ao contrário do que se imaginava, o proscênio primitivo, escondido há mais de setenta anos, foi preservado, afastado do atual e em bom estado de conservação.
     
    No mesmo período em que executa o novo friso, entre 1934 e 1936, Visconti leciona no curso de extensão universitária de artes decorativas da Escola Politécnica do Rio de Janeiro. 
     
    Entretanto, três meses após ser golpeado na cabeça em um assalto ao seu ateliê, falece o artista em 15 de outubro de 1944, aos 78 anos de idade. A atualidade de Visconti permanece, retratada em obras com tal grau de versatilidade que, se colocaram como o mais expressivo representante do impressionismo e como pioneiro do nosso design, revelam sua capital importância dentre os artistas que anteciparam a modernização da arte brasileira.
     
    Fonte: Wikipedia
     
     


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