ARTE E CULTURA >> Carnaval
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Exclusivo: João Roberto Kelly, o embaixador das marchinhas, conta como foi compor hit "Cabeleira do Zezé"
Agenda Bafafá em 11 de Janeiro de 2024 Informar erroKelly nega que "Cabeleira do Zezé" tenha sido composta para satirizar os homossexuais. Foto: Marcos MichaelDivulgação
A marchinha de carnaval é um estilo musical que vem atravessando décadas e está incorporada à cultura musical do país, principalmente do Rio de Janeiro. Seu principal expoente é o compositor João Roberto Kelly, autor de sucessos como Cabeleira do Zezé, Mulata Bossa Nova e Maria Sapatão.Carioca, começou a tocar piano aos 11 anos e aos 19 iniciava a carreira compondo musicais para a TV Rio, TV Continental e TV Globo. Como intérprete, Kelly tem 10 discos mas perde a conta de suas letras gravadas por outros cantores.Falando ao Bafafá, João Roberto Kelly, de 85 anos, negou que Cabeleira do Zezé tenha sido composta para satirizar os homossexuais e garante que faz referência a um garçom cabeludo que trabalhava num bar no Leme."Pelo contrário, muito pelo contrário. Essa música não tem nada a ver com os homossexuais. Ela é na verdade um registro daquela fase dos Beatles em início de carreira em 1964. Eu estava num bar no Leme e apareceu um garçom cabeludo chamado José Antônio, que não tinha nada de bicha, pelo contrário, era um tremendo paquerador, chegou a paquerar a mulher que tava comigo. Então eu disse: “Ô cara, o que é isso, você com essa cabeleira aí ?”. E brinquei: “Será que ele é Beatles, Bossa Nova, Maomé, qual é a do cara?” (riso). Foi aí então que me inspirei para compor a música, com ajuda do Roberto Faissal e que estourou gravada pelo Jorge Goulart, que era um cantor de muito sucesso na época", conta Kelly.E complementa: "Muita gente pensa que essa música foi feita para sacanear os homossexuais porque quando é cantada nos bailes o povo grita “bicha” depois do refrão. Sabe onde que nasceu esse “bicha”? No auditório do Sílvio Santos. Quando ele queria esquentar o seu programa, ele então cantava a música e as moças que dançavam em seu show gritavam “bicha”, que acabou incorporado", revela o compositor.João Roberto Kelly conta também como foi compor Mulata Bossa Nova."Um dia, eu fui a um concurso de Miss Brasil no Maracanãzinho e vi uma mulata quase negra evoluindo maravilhosamente com um “pisar” de passarela muito elegante, muito fora inclusive dos padrões que todas as mulatas encaravam qualquer movimento de passarela. Eu olhei e disse: “Que moça diferente, merece ser fotografada numa música”. Era Vera Lúcia Couto. Me pergunta se eu gosto de mulata? (riso)", brinca o artista.Kelly conta também o segredo para uma marchinha dar certo: "Sendo atual, com um tema que não fique velho nunca. Carnaval é antes de mais nada uma brincadeira".O Bafafá se orgulha de ter seu bloco apadrinhado por Kelly. O bloco Bafafá surgiu em 2003 na retomada do carnaval de rua carioca e não pensou duas vezes em convidá-lo para ser padrinho. Ele prontamente aceitou e ainda compôs uma marchinha para o bloco intitulada "Bafafá de Ipanema".Salve o João, muita saúde e muitos carnavais.
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JOSÉ DE ALMEIDA SILVA:
O problema hj em dia, que tudo é levado para o lado dá discriminação, acho que nos dias atuais, estas marchinhas do João Roberto Kelly, não implacaria, infelizmente,as pessoas tem que pensar que é Carnaval , é tudo uma brincadeira, e não para sacanear ninguém. Perdemos muito a essência do que é a festa pode nos proporcionar, muita alegria e descontração. ENGRAÇADO E CURIOSO, QUE MSM ASSIM ESTAS MARCHINHAS ETERNIZARAM...
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