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Cineasta dominicano Alejandro Andújar lança filme e fala sobre processo de criação
Da Redação em 02 de Outubro de 2019 Informar erroLocal: Estação Net Ipanema ENDEREÇO: Rua Visconde de Pirajá, 605 - Ipanema DETALHES: Ver trailler no link LINK: Clique aqui e visite o site “O Homem que Cuida”, primeiro longa-metragem do dominicano Alejandro Andújar, chega ao circuito do Rio e de São Paulo a partir do dia 03 de outubro. O filme foi vencedor do Yellow Robin Award, do Curaçao International Film Festival Rotterdam 2017, prêmio destinado a novos talentos do cinema latino-americano e caribenho.Dentre indicações a prêmios em diversos festivais internacionais, ganhou o Yellow Robin Award, do Curaçao International Film Festival Rotterdam 2017 (http://www.curacaoiffr.com), destinado a novos talentos do cinema latino-americano e caribenho.
Sinopse
Juan trabalha como caseiro de uma casa de veraneio de uma rica família, numa aldeia de pescadores na costa dominicana. Abandonado pela mulher, vive recluso e se refugia no trabalho. Um dia, sem aviso prévio, o filho do dono da casa chega acompanhado de um amigo estrangeiro e de uma garota do povoado, dispostos a viver um fim de semana de diversão, que acaba fugindo do controle. Juan, agora, terá que arcar com as conseqüências.Alejandro Andújar participou de debate sobre o filme e falou sobre sua trajetória no cinema, suas influências, o processo de criação e muito mais. Confira!
Como começa sua história com o cinema? Quais os diretores que mais lhe influenciaram/influenciam e como foi a experiência de estudar na escolar de cinema de Cuba?Bem, minha história começa indo ao cinema, assistindo filmes todos os sábados à tarde. Existem muitos diretores que me influenciaram, mas lembro quando vi pela primeira vez Os Incompreendidos de François Truffaut e Amores Perros, de Alejandro Iñaritu. No caso do segundo, foi uma boa surpresa, numa época em que o cinema latino-americano não chegava tanto aos cinemas. Quanto à escola de Cuba, Herzog acredita que não é necessário ir a uma escola de cinema para aprender o ofício. Ele pode estar certo, mas ter estudado na Escuela Internacional de Cine y Televisión foi fundamental. É na escola que se conhece seus cúmplices nesse sonho louco de fazer filmes, e desde que me formei, estou fazendo filmes com pessoas que também passaram por lá.
Você é um experiente roteirista, acha que tem um estilo definido ou se considerado multifacetado na sua escrita?
Bem, eu tenho um gosto variado, gosto de rir e chorar. Sendo um processo colaborativo, às vezes pode ser difícil ter sua própria voz. Como diretor, sinto que estou criando minha própria voz.
O filme aborda questões sociais, raciais e machistas. São pontos geralmente debatidos no cinema dominicano ou foi uma opção para abordar assuntos que estão na pauta mundial?
Eu acho que isso está começando a ser debatido. Principalmente a questão sexista, do machismo. No exterior, a discussão se concentra muito nas questões de raça e classes sociais. Mas lá na República Dominicana, o debate gerado pelo filme tem mais a ver com o machismo. O que é um homem? Este homem foi traído, vive completamente humilhado. Se uma mulher trai um homem e engravida, é muito provável que numa cidade como Palmar ela acabe morta ou pelo menos espancada. E esse homem não faz isso. Não age violentamente. Embora ele queira. De alguma forma, há uma desconstrução da masculinidade do Caribe. Há até um momento em que ele chora. Um homem que chora? Isso não está certo no conceito de um homem latino e menos ainda por uma mulher. Ao menos que essa mulher seja sua mãe que morreu.
Você conhece a produção audiovisual brasileira? e o restante da produção da América latina? Se sim, você vê pontos em comum com o cinema caribenho? E como vê o intercâmbio entre os filmes?
Eu conheço muito mais do cinema brasileiro do que os brasileiros sobre a produção dominicana. Sempre há pontos em comum. Toda a América Latina une pobreza, ditaduras, corrupção, miséria. Espero que haja mais trocas, esse é o meu sonho.
Como está a produção audiovisual da República Dominicana nos dias atuais? Fale um pouco sobre o perfil da produção audiovisual dominicana.
A grande produção é dos últimos dez anos, 2010-2020, com mais de 200 filmes nesse período. Alguns muito bons, outros mais ou menos e outros muito ruins, como em qualquer indústria cinematográfica.Porque fazer um filme bom é muito, muito difícil. É quase um milagre que dê tudo certo. Agora, com uma produção cinematográfica tão grande, os espectadores são mais exigentes do que quando um ou dois filmes dominicanos eram lançados: eles iam ao cinema para assistir ao filme dominicano do ano. Agora, com 20 filmes lançados por ano, o público exige qualidade. Antes, o sonho de todo mundo era fazer filmes. Agora, o sonho virou fazer filmes bons. Eu acho engraçado, vamos sempre complicando a vida.Fonte: A Dois ComunicaçãoFoto: Divulgação
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