"Não Vamos Sucumbir", documentário de Miguel Przewodowski sobre os desfiles das escolas de samba cariocas, estreia nos cinemas da cidade no dia 19 de setembro.
É impossível observar uma escola de samba sem reconhecer a rica diversidade cultural e as diferentes realidades presentes no país. Esses desfiles não apenas refletem o processo histórico, mas são também uma parte integrante dele, celebrando as tensões e forças da pluralidade brasileira em cada momento histórico. São um espelho das dinâmicas sociais e comportamentais de cada época.
O documentário, produzido pela 3 Tabela Filmes, mergulha nos bastidores das escolas de samba, revelando os barracões e o poder simbólico, político e social deste evento singular, que talvez seja a maior manifestação de arte coletiva no mundo. "Não Vamos Sucumbir" oferece uma visão através dos olhos dos principais pensadores e realizadores contemporâneos dessas agremiações.
O filme destaca a resiliência e o universo político dessas escolas, muitas vezes ameaçadas por crises econômicas e políticas, mas que continuam resistindo e se reinventando.
Desde o surgimento das escolas de samba, no final dos anos 1920, elas se tornaram uma voz poderosa para as camadas afrodescendentes do Rio de Janeiro, que buscavam legitimidade cultural e artística.
Com narrativas e olhares próprios, as escolas proporcionaram a populações marginalizadas um senso de pertencimento.
Enfrentaram a resistência das elites e das autoridades políticas para chegar aos dias de hoje. Nascem, assim, como instituições de negociação, movendo-se entre a conivência com políticas de Estado e a crítica, interagindo diretamente com o cenário governamental ao qual estão inseridas.
Sinopse
Partindo da preparação para o carnaval 2020, passando por fevereiro de 2021, quando os desfiles de Carnaval estavam suspensos pela pandemia, chegando até a retomada em 2022, ‘Não Vamos Sucumbir’ faz um inventário histórico desde o surgimento das escolas de samba até os dias de hoje, mostrando a força cultural, o significado político e social que faz deste evento o maior show do planeta.
Sobre o diretor
Miguel Przewodowski é formado em Jornalismo na PUC-RJ e Pós Graduado em Direção Teatral CAL/RJ. Diretor e autor de TV, cinema e teatro. Estreou no vídeo experimental em 1986 e realizou documentários, ficções, séries, programas musicais e jornalísticos.
Dirigiu dezenas de séries educativas como Detetives da Ciência (Melhor Programa TV de ficção para Crianças e Jovens Fest.Nueva Mirada), Cantos do Rio (22nd Intl Film de Amiens, Festival de Biarritz/Fipatel) e docs. Heitor Villa-Lobos e Anísio Teixeira. Como realizador independente Why Banana? (coprod.ZDF/ARTE), Alice (Melhor atriz 41oFest de Brasilia 2008,) Dois na Chuva (Melhor Filme Juri Popular FestCuiba97), Bispo do Rosário (Prêmio Inter Press Service/Roma) e Amazônia, O Despertar da Florestania (Prêmio Juventude Melhor Filme de Língua Portuguesa do XX Festival Internacional Cine Eco Seia/Portugal).