ARTE E CULTURA >> Dança
-
Dança em Trânsito completa 20 anos com espetáculos em 11 capitais, Rio terá eventos na Praça Mauá
Da Redação em 26 de Julho de 2022 Informar erro
Um dos mais longevos festivais de dança contemporânea do Brasil, o Dança em Trânsito completa 20 anos com uma edição comemorativa que se estende por mais de três meses, percorrendo todas as regiões do país, incluindo uma parada em Paris no mês de setembro.De 14 de julho a 23 de outubro, 41 companhias do Brasil, Coreia do Sul, Eslovênia, Espanha, França, Itália e Suíça ocupam palcos e espaços públicos de 11 capitais brasileiras e 18 outras cidades com espetáculos, residências, intercâmbios e oficinas. Confira a programação completa em www.dancaemtransito.com.br.
Em São Paulo, o festival acontece entre 28 de julho e 1º de agosto, no Teatro Sérgio Cardoso. No Rio de Janeiro, por sua vez, o evento ocupa o Teatro Prudential, de 3 a 7 de agosto, e também no entorno da Praça Mauá, com apresentações ao ar livre no domingo de encerramento. O 20º Dança em Trânsito é apresentado pelo Instituto Cultural Vale.
Com realização e produção do Espaço Tápias e direção artística e curadoria de Giselle Tápias e Flávia Tápias, o festival internacional Dança em Trânsito acumula, desde 2002, números superlativos, com cerca de mil apresentações em mais de 30 cidades, no Brasil e no exterior, envolvendo uma centena de companhias oriundas de 16 países, vistas por mais de 60 mil pessoas.Em 2020, durante a pandemia, realizou uma versão online – indicada ao Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), na categoria “Difusão” – e, em 2021, a primeira edição híbrida, com passagem por 25 cidades.
“Quando criamos o Dança em Trânsito em 2002, pensamos não apenas em fazer mais um festival de dança, mas contribuir, de alguma forma, para um maior intercâmbio entre artistas do Brasil e do exterior e para a democratização da dança, seja com a itinerância por outras capitais e pequenas cidades com pouco acesso à cultura, ou com a ocupação de espaços públicos em apresentações gratuitas, ou ainda abrindo espaço na programação a companhias e artistas fora do eixo Rio-São Paulo”, explica Giselle Tápias.“Ainda dentro desse propósito, desenvolvemos oficinas e residências com bailarinos e coreógrafos brasileiros e estrangeiros nas cidades por onde passamos e capacitação para professores multiplicadores. São ações das quais não abrimos mão ao longo dessas duas décadas, mesmo nos anos em que tivemos que adaptar o festival à situação econômica da época”, celebra.
ESTREIA NACIONAL DO GRUPO TÁPIAS É UM DOS DESTAQUES DESTA EDIÇÃO
O Grupo Tápias, companhia franco-brasileira associada ao Espaço Tápias e a todas às suas realizações, estreia a versão integral de Café não é só uma xícara na programação do Dança em Trânsito. Em São Paulo, o trabalho poderá ser conferido de 28 a 30/7, e no Rio de Janeiro, entre os dias 3 e 7 de agosto. Com coreografia e direção artística de Flávia Tápias, o trabalho coloca em cena sentimentos e sensações associados à pesquisa realizada sobre a bebida tão presente na vida dos brasileiros, que evoca tradições, crenças, espiritualidade. Com patrocínio do Instituto Cultural Vale, o espetáculo fará 20 apresentações no Brasil e na França.O Grupo Tápias abriu audições para selecionar parte do elenco, que é formado por brasileiros e estrangeiros: “O espetáculo começou a ser pensado há mais de três anos. Chegamos a apresentar um work in progress em 2019, mas, por conta da pandemia, adiamos a estreia para este ano", comenta Flávia Tápias. A companhia apresenta ainda no festival SOLO e Casa de Abelha.
SÃO PAULO
A 20ª edição do Dança em Trânsito ocupa o Teatro Sérgio Cardoso, na capital paulista, entre os dias 28 de julho e 1º de agosto, com espetáculos de companhias nacionais e internacionais na Sala Paschoal Carlos Magno e no foyer, residência de criação com a Cie Sam-Hester, da Suíça, e uma oficina de dança contemporânea, ministrada por Maxime Cozics. No dia 31/7, o coreógrafo e bailarino francês apresenta o solo Emprise, com sua Cie Felinae.
Da França, vem também a Cie Arrangement Provisoire, que abre as apresentações em São Paulo, no dia 28/7. Blanc – da coreógrafa e bailarina brasileira Vania Vaneau, radicada há mais de 20 anos na Europa – foi criado a partir de influências que vão dos rituais xamânicos afro-brasileiros, à obra de Hélio Oiticica e ao movimento antropofágico modernista.
Dança Inacabada é a nova coreografia do Ateliê do Gesto, companhia goianiense dirigida por Daniel Calvet e João Paulo Gross, programada para o dia 29/7, no foyer do TSC. No dia seguinte, o premiado espetáculo (Melhor Espetáculo de Dança presencial - APCA, 2021) ou 9 ou 80, da paulistana Clarín Cia de Dança, dirigida pelo maranhense Kelson Barros, aborda a cultura funk e a realidade de desigualdade, racismo e homofobia retratada pelos movimentos periféricos.
A Cie Sam-Hester, dirigida pela coreógrafa suíça Perrine Valli, apresenta Jour Blanc, em 31/7, domingo, em apresentação gratuita, ao meio-dia, na Sala Paschoal Carlos Magno. Para questionar nossa ligação com a tecnologia, adolescentes, munidos de fones de ouvido, executam a coreografia por controle remoto, abrindo mão da própria memória e da gestão do espaço. Aos poucos, vão desafiando a ordem e afirmando sua subjetividade. A residência de criação ministrada pelo grupo será nos dias 28 e 29/7, na Sala de ensaio do TSC.
Radicado na Alemanha, o coreógrafo e bailarino brasileiro Gleidson Vigne apresenta, no dia 31/7, o solo Adapta-bilidade com a sua NIMO Cia de Dança, em que traça um paralelo sobre a capacidade de adaptação tanto na dança como na vida.
Sediada na Espanha, a companhia GN | MC, dos coreógrafos e bailarinos Guy Nader & Maria Campos, escolheram Set of Sets para esta edição do festival. Exibida no dia 1/8, a coreografia, que encerra a etapa paulistana do festival, usa a repetição e o ritmo no movimento dos corpos, que desafiam a gravidade, como metáfora para a natureza repetitiva da própria existência e a ideia de persistência.
RIO DE JANEIRO
Entre os dias 3 e 7 de agosto, o Dança em Trânsito faz uma ocupação dos espaços do Teatro Prudential, na Glória, de manhã à noite, com espetáculos, oficinas, residências, além da inédita Vitrine Brasileira de Dança Contemporânea e a residência Ateliê Escrita sobre a Dança. No domingo de encerramento, 7/8, as tradicionais apresentações ao ar livre acontecem na região da Praça Mauá, em frente ao Museu do Amanhã, entre 10h30 e 16h.
Na ampla programação carioca, que envolve 37 apresentações, estão, entre outras companhias, as cariocas Focus Cia de Dança, de Alex Neoral, com GRAND PAS, recorte do novo trabalho VINTE, inspirado no universo literário de Clarice Lispector, com apresentação no dia 3/8, às 13h; Márcia Milhazes Cia de Dança (4/8, às 17h30), que traz a coreografia Paz e Amor para traçar um paralelo entre o ‘invisível’ vírus, do qual a sociedade se escondeu em um confinamento doloroso, e o amor, outro invisível, imprescindível ao ser, e Renato Vieira Cia de Dança, que mostra o espetáculo Malditos, inspirado no Movimento dos Poetas Malditos e na experiência pessoal de Renato durante a Ditadura, em 1964, no dia 3/8, às 17h30.
A francesa Cie Felinae, do coreógrafo e bailarino Maxime Cozic, apresenta o solo Emprise, no dia 3/8, às 17h. Da França, vem também a Cie Arrangement Provisoire, com Blanc – da coreógrafa e bailarina brasileira Vania Vaneau, radicada há mais de 20 anos na Europa. O trabalho, exibido no dia 4/8, às 13h, foi criado a partir de influências que vão dos rituais xamânicos afro-brasileiros à obra de Hélio Oiticica e ao movimento antropofágico modernista. Já CRU é a nova coreografia do Ateliê do Gesto, companhia goianiense dirigida por Daniel Calvet e João Paulo Gross, que apresenta ainda Dança inacabada, nos dias 3/8 e 5/8, respectivamente.
Este ano, o festival inaugura a Vitrine Brasileira de Dança Contemporânea, oportunidade para que companhias de todo o país possam se apresentar diante de representantes, diretores ou curadores de festivais internacionais de dança contemporânea, como Anna Arthur, diretora administrativa da Aerowaves, no Reino Unido; Tiphane Dangauthier, presidente da associação Essonne Dance, em Paris, além de representantes da Itália, Coreia do Sul, Canadá e República Tcheca.A iniciativa, realizada no Teatro Prudential, no Rio de Janeiro, inclui a residência Ateliê de Escrita sobre a Dança, com encontros orientados pelas facilitadoras convidadas – a jornalista, crítica de dança e escritora francesa Rosita Boisseau, e a brasileira Ana Teixeira, artista, pesquisadora e Doutora em Comunicação e Semiótica (PUC/SP), de 3 a 6/8, às 15h30, e no domingo, 7/8, às 18h30.
TURNÊ 2022
Entre 12 e 18 de setembro, o Dança em Trânsito realiza um circuito em Paris com apresentações e workshops de artistas e companhias brasileiras, incluindo Márcia Milhazes, Renato Vieira, Gleidson Vigne, Cia Gente e Cia do Pantanal e Jessé Batista, no centro cultural Le Carreau du Temple; na Salle Jacques-Higelin (MPAA-Saint Germain); Le Regard du Cygne; na Embaixada do Brasil; na Place de Fêtes e em outros espaços públicos da cidade.
Até 23 de outubro, o festival passa por Belo Horizonte (MG), Coronel Fabriciano (MG), Timóteo (MG), Ipatinga (MG), Baixo Guandú (ES), Vitória (ES), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Goiânia (GO), Brasília (DF), São Luís (MA), Itapecuru-Mirim (MA), Santo Amaro do Maranhão (MA), Belém (PA), Parauapebas (PA), Ilha do Combú (PA), Canaã dos Carajás (PA), Paris (FRA), Salvador (BA), Sento Sé (BA), Curitiba (PR), Entre Rios do Sul (RS); Alto Bela Vista (SC); Florianópolis (SC), Corumbá (MS), Mangaratiba (RJ), Itaguaí (RJ), Tiradentes (MG) e Barbacena (MG).
-
ARTE E CULTURA QUE PODEM TE INTERESSAR
“Um coração de Van Gogh” estreia dia 29 de julho na Casa de Cultura Laura Alvim
Saiba Mais Aturiá Carimbó promove encontros gratuitos com os mestres do carimbó Almir e Neves do Banjo e Amélia
Saiba Mais Sesc RJ abre edital de R$ 850 mil dirigido a artistas negros
Saiba Mais
-
COMENTE AQUI
O QUE ANDAM FALANDO DISSO:
- Seja o primeiro a comentar este post
-