As bailarinas Laura Samy e Alice Poppe, trabalhando juntas pela primeira vez, apresentam o espetáculo "Cravo" criado durante a pandemia de Covid-19 para ser filmado numa parceria com cineasta Cavi Borges e o diretor de fotografia Fabrício Mota.
A proposta, que tem a trilha sonora de Sacha Amback e a iluminação de Paulo César Medeiros, chega agora ao palco três anos depois de ser concebido.
Cravo fará temporada de três semanas no Espaço Cultural Sergio Porto, no Humaitá, Zona Sul do Rio de Janeiro, onde fica de 05 a 21 de julho, de sexta a domingo, com ingressos a R$ 10.
A pesquisa de movimento e a sua relação com o espaço dão as tônica nas trajetórias de Laura e Alice. Algo construído em experimentações cujos resultados contaram com o olhar de grandes nomes, como Angel Vianna (com quem Poppe trabalhou anos a fio), João Saldanha (com quem ambas trabalharam) e, no caso de Samy, o diretor teatral Enrique Diaz.
Cada novo trabalho parte de uma premissa aberta também a outras linguagens artísticas. O cinema, por exemplo. Cravo tem na sua gênese influências de clássicos da sétima arte, assim como dos diretores que lhe deram vida.
Alguns exemplos são “Martha”(1973), do alemão Fassbinder (1945-1982) e “Repulsa ao sexo” (1965), de Roman Polanski, entre outros. Uma inspiração ligada ao cinema, mas que abarca também a fotografia, é a do norte-americano Man Ray (1890-1976), que revolucionou a relação da câmera com o objeto retratado. Outra referência a se considerar é a do dramaturgo irlandês Samuel Becket (1906-1989), cuja peça “Dias felizes” também pautou a proposta do espetáculo.
O roteiro é dividido em oito movimentos – ou quadros. O primeiro é o prólogo, seguido pelas demais cenas. As demais cenas são compostas por solos e duos. No caso desses últimos, o público tem diante dos olhos quadros nos quais os gestos conversam, provocando também contradições entre eles, num resultado vívido e visceral.
Da década de 1990 para cá, ganhou força o conceito de teatro-dança, impulsionado por propostas como as trazidas pela coreógrafa alemã Pina Bausch (1940-2009). A relação entre público e plateia mudou. Laura Samy e Alice Poppe foram do palco ao audiovisual e voltam agora à cena, seu habitat natural.
Ficha técnica:
Criação, direção e interpretação: Laura Samy e Maria Alice Poppe
Iluminação: Paulo Cesar Medeiros
Direção musical: Sacha Amback
Participação na trilha sonora: Tato Taborda
Figurino e objetos de cena: Laura Samy
Duração: 40 minutos
Classificação etária: 12 anos