Deborah Colker resolveu juntar partes de "Rota", espetáculo lançado em 1997, e "Velox", de 1995, dois dos maiores sucesso de público de sua Companhia, com mais de 4 milhões de espectadores em suas apresentações, e criou, assim, o novo "Vero".
Em seu primeiro ato, os movimentos 'Ostinato', 'Cotidiano' e 'Sonar' utilizam o vocabulário do balé clássico e da dança contemporânea, brincando com gestos do dia a dia e movimentos no solo, imprimindo força, leveza, humor, velocidade e dinâmica, marcas registradas de Deborah.
Com um repertório de gestos ordinários transformados em movimentos, carregados de intenção mas fora de seus contextos, eles evocam o drama, a comédia, o lúdico e o patético, se destacando com seu ritmo e precisão, na busca pelo equilíbrio perfeito através da concentração absoluta. No fundo da cena, o palco verticaliza-se em uma parede de sete metros de altura onde os bailarinos realizam um balé aéreo ,desafiando a lei da gravidade com irretocável desenvoltura. Logo em seguida, e a vez dos autoexplicativos 'Kung Fu', 'Atletismo' e 'Jogo'.
No segundo ato, os bailarinos se deslocam em estado de flutuação, como astronautas dentro de uma nave sem 'Gravidade'. Os movimentos ganham novas densidades, em meio a manobra milimétricas e vagarosas que demandam um equilíbrio e resistência muscular incomuns, os bailarinos experimentam várias possibilidades de caminhar em suspensão, em todos os sentidos e direções.
Por fim, uma Roda de cinco metros de altura toma conta do palco. Inspirada nos parques de diversões e na rotação da terra, a 'Roda' é a mais perfeita tradução material da investigação em torno da física e da mecânica do movimento. Todos os movimentos dentro e fora da roda buscam a circularidade. Em fluxo contínuo, os bailarinos dançam sob forças centrífugas e centrípetas, a ação propaga-se por cada uma das seis escadas e pelos meandros da Roda, desenhando uma profusão de imagens de grande impacto visual.
"Vero" coloca em cena a eletrizante combinação de vitalidade e perigo, compilando no palco as marcas característica do trabalho de Deborah Colker, e forma um terceiro espetáculo que propõe uma ocupação radical do espaço cênico, expondo com proeza os questionamentos de sua coreógrafa sobre a física dos movimentos.
Fonte: Secretaria Estadual de Cultura