O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) e a Queerioca se unem pela primeira vez para celebrar o Dia Internacional da Visibilidade Trans, trazendo uma programação inédita que ocupa os dois espaços culturais com arte, debate e resistência.
A Queerioca se junta à ação especial do CCBB Educativo: uma apresentação da performance ballroom "Noite das Estrelas", da Entidade Maré, com entrada gratuita. A parceria reforça o compromisso de ambas as instituições com a diversidade e a valorização da produção artística e intelectual da comunidade trans e LGBTQIAP+.
Este evento é um marco não apenas para a Queerioca, mas para o cenário cultural do Rio de Janeiro. Pela primeira vez, um centro de referência LGBTQIAP+ se une ao CCBB para dar voz a artistas, intelectuais e ativistas trans em um evento de grande alcance.
A cultura sempre foi uma forma de resistência e, neste encontro, queremos mostrar que a arte trans está mais viva e potente do que nunca”, afirma Laura Castro que, ao lado de Cristina Flores, é fundadora da Queerioca, espaço que integra o projeto Reviver Centro, e é curadora da programação.
A ocupação traz atividades que vão desde a Alvoroço Feira Livre, com uma edição especial reunindo exclusivamente artesãos trans, até uma mesa de debate sobre acolhimento familiar da juventude LGBTQIAP+, reunindo representantes de ONGs e artistas.
Também haverá a estreia do espetáculo teatral Por que não cantando?, primeira produção original da Queerioca, além de um show da banda FUTURA, composta por multi-instrumentistas travestis que releem e trazem um novo olhar para a música brasileira.
A programação busca não apenas dar visibilidade à causa trans, mas também criar um espaço de troca e construção de narrativas diversas, conectando público e artistas em torno de uma cultura mais inclusiva.
Programação CCBB RJ:
12h - Início da Alvoroço Feira Livre - Espaço Conceito (térreo)
ALVOROÇO FEIRA LIVRE
Celebrar a diversidade e criatividade! Evento reúne artistas, designers e artesãos LGBT em um espaço plural para valorizar a economia criativa e a cultura local. A feira conta com expositores de diversas regiões da cidade, trazendo uma curadoria repleta de arte, design, artesanato, garimpos de vestuário e objetos, entre outras novidades.
Com o propósito de fortalecer a economia criativa local e promover conexões e trocas, a feira destaca-se pela curadoria plural, que prioriza a diversidade de vozes, estilos e identidades. Artistas independentes, designers inovadores e artesãos com técnicas tradicionais ou contemporâneas ocupam o espaço com peças únicas, desde coleções autorais até produtos que valorizam o reaproveitamento de resíduos.
Confirmados para a edição CCBB, exclusiva de artesãos trans:
Relikia - @relikia.rj
Tramando - @2tramandoo
Orquídea Garcia - @orquideagarciabr
Bixo Raro - @bixorraro
Nguso - @alquimia.nguzo
13h - Mesa redonda "Famílias e Diversidade" - Sala Multiuso (3º andar)
Famílias e Diversidade: Crianças e jovens LGBT, especialmente jovens trans, são frequentemente expulsos de casa ou sofrem violência nos seus lares devido à transfobia no Brasil, país que mais mata pessoas trans no mundo.
Mas também é no seio da família que pode haver o acolhimento necessário para crescer nessa sociedade que pode ser tão hostil. A proposta é um debate sobre a juventude trans e seu acolhimento nas famílias com representantes das ONGs Minha Criança Trans, Mães Pela Diversidade e do espetáculo Por que não cantando?, que aborda a relação de uma mãe lésbica com seu filho trans-masculino.
Participantes:
Thamirys Nunes (ONG Minha Criança Trans) - Ativista brasileira, autora do livro "Minha Criança Trans" e fundadora da ONG de mesmo nome. Mãe de uma criança trans, tornou-se ativista após enfrentar preconceitos ao longo da infância de sua filha.
Maria Cecília (ONG Mães Pela Diversidade) - Doutora em Educação, pedagoga e coordenadora do projeto "DiverCine: Cinema, Diversidades e Educação". Mãe de um adolescente trans e ativista pelos direitos de crianças LGBTQIAP+.
Fabiana Gama Filho (ONG Mães Pela Diversidade) - Defensora pública e jurista, participou do Mutirão do Amor, que requalificou 106 crianças trans no Rio de Janeiro. Mãe de adolescentes LGBTQIAP+ e ativista pelos direitos da diversidade.
Felipe Maia (ator - "Por que não cantando?") - Ator e instrumentista, transmasculino, estreando no teatro. Também é cineasta independente, fotógrafo e professor de violão.
Sarah Cintra (atriz - "Por que não cantando?") - Atriz formada pela CAL, mãe de Felipe Maia e integrante da ONG Minha Criança Trans. Trabalhou em teatro, cinema e publicidade.
Angeliq Farnocchia (diretora musical - "Por que não cantando?") - Cantora, pianista e performer travesti, mother da House of Juicy Culture Brasil. Diretora musical do espetáculo.
Mediação: Laura Castro - Autora e diretora de "Por que não cantando?", fundadora e curadora da Queerioca, roteirista e ativista LGBT+.
15h - Treino da Origem - Espaço Conceito (térreo)
Oficina de dança vogue com os pioneiros da cena Ballroom no Rio de Janeiro. Ministrada por Makayla Império e Diego Cazul. Mediação: Angeliq Farnocchia.
17h - CCBB Educativo convida "Noite das Estrelas" - Espaço Conceito (térreo)
O grupo Entidade Maré realiza a performance “Noite das Estrelas”, apresentação multi artística, que integra dança, teatro e interação com o público. É uma homenagem às performances LGBTQIAP+ que marcaram as décadas de 1980 e 1990 na Favela da Maré. Inspirada na cultura Ballroom, a apresentação, indicada ao Prêmio Shell de Teatro, resgata a estética e a energia dessas performances históricas, celebrando a resistência e a criatividade da comunidade.