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Festival Atos de Fala, últimos dias
Da Redação em 31 de Maio de 2019 Informar erroLocal: Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro ENDEREÇO: Rua José Higino, 115 – Tijuca CONTATO: (21) 3111-2011 DETALHES: Até domingo 02/05/19 LINK: Clique aqui e visite o site Neste domingo 02 de junho chega ao fim a quinta edição do Festival Atos de Fala que agrega exposição, performances, palestra-intervenção e laboratório artístico apresentados por renomados artistas nacionais e internacionais.Idealizado, dirigido e curado por Felipe Ribeiro e Cristina Becker, essa edição traz como mote “Escapar do Capataz”. “O capataz é essa forma mascarada de poder que se institui em várias esferas do nosso país mas também pelo mundo, e que nos remete à pergunta: como escapar de seus tentáculos?A ação levou artistas brasileiros ao festival zürich moves! e agora chega a sua etapa final no Rio sacramentando essa importante troca artística entre Brasil e Europa.O encerramento traz uma programação musical especial. Radicado na Suíça, o artista negro Ivy Monteiro apresenta sua performance-mixtape onde exercita o afrofuturismo como uma forma de reverenciar seus antepassados. Intitulada Trinta y Dois Igual a 5, esta performance precede o baile de Voguing encabeçado pela Casa de Cosmos.
Atos de Fala é uma plataforma de estudos e arte de performance que desde 2011 tem no formato de festival sua principal realização. A missão é criar demanda por formatos híbridos, fortalecer o trânsito artístico, e discutir motes de relevância global e local.PROGRAMAÇÃO
28/05 (terça-feira)
Fortaleza 2040 \ Andréia Pires (Teatro Angel Vianna)
Hora: às 20h
Duração: 60 minutos
Ingressos: R$30\R$15
Faixa etária: 14 anos
29/05 (quarta-feira)
Do desgoverno como forma de administração à permanência estranha: a prática de performance em contextos de contradição\palestra-intervenção Simone Aughterlony. (Teatro Angel Vianna)
Hora: às 19h
Duração: 90 minutos
Ingressos: entrada gratuita com distribuição de senhas 1h antes
Faixa etária: 16 anos
30/05 (quinta-feira)
I’m Gonna Need Another One (fragmento de monólogo reordenado)\Jen Rosenblit (Estúdio)
Hora: às 19h
Duração: 30 minutos
Ingressos: entrada gratuita com distribuição de senhas 1h antes
Faixa etária: 14 anos
O Lugar da Ferida\Carolina Bianchi y Cara de Cavalo (Teatro Angel Vianna)
Hora: às 20h
Duração: 60 minutos
Ingressos: R$30/R$15
Faixa etária: 18 anos
31/05 (sexta-feira)
Pôr Nu\Victor Oliveira (Galeria)
Hora: às 19h
Duração: 30 minutos
Ingressos: entrada gratuita com distribuição de senhas 1h antes
Faixa etária: 18 anosGente de Lá \Wellington Gadelha (Teatro Angel Vianna)
Hora: às 20h
Duração: 50 minutos
Ingressos: R$30/R$15
Faixa etária: 14 anos
01/06 (sábado)
Mordedores \Marcela Levi e Lucía Russo (LOFT)
Hora: 19h
Duração: 50 minutos
Ingressos: R$30/R$15
Faixa etária: 12 anos
Performance + Festa: Trinta Y Dois Igual a 5 – Ivy Monteiro + Baile de Voguing
Local: Centro de Arte Maria Teresa Vieira
Endereço: Rua da Carioca, 85 - Centro
Hora: a partir das 22h
Duração: 35 minutos (performance) – a festa seguirá até as 5h
Ingressos: R$10 com nome na lista amiga / R$15 sem nome na lista
Faixa etária: 18 anos
02/06 (domingo)
Mordedores\ Marcela Levi e Lucía Russo (LOFT)
Hora: às 18h
Duração: 50 minutos
Ingressos: R$30/R$15
Faixa etária: 12 anos
Compass - Simone Aughterlony, Petra Hrašćanec & Saša Božić (Teatro Angel Vianna)
Hora: às 19h
Duração: 60 minutos
Ingressos: R$30/R$15
Faixa etária: 16 anos
**Durante todos os dias de programação
Quem mandou matar Marielle? - Flávia Naves (saguão do Teatro Angel Vianna)
Exposição fotográfica sobre os desdobramentos da intervenção artística “Quem mandou matar Marielle?”.Sobre Escapar do Capataz
“Desde 2011, Atos de Fala se propõe por meio da arte da performance e suas ramificações por outros campos artísticos, investigar demandas da vida em sociedade. Escapar do Capataz continua reverberando essa necessidade. Na atual edição, tomamos escape como o poeta negro Fred Moten e seu parceiro de escrita Stefano Harney concebem-no: mais do que resistir, escapar é uma maneira de persistir e requer constante planejamento. Esta necessidade de persistência é ainda mais premente dado que o momento atual parece tomado por uma forma de poder advinda das práticas coloniais mais violentas, nos referimos a função do capataz. O capataz age normalmente de maneira violenta e repressiva, e sempre a mando de um superior. O enredamento econômico e corporativo parece ter ressuscitado mais do que nunca essa força antidemocrática. Cada lobby das corporações que pensam as políticas públicas estritamente pelo ganho de capital, torna o congressista um capataz. Toda atuação repressora às manifestações, torna a polícia um capataz; a ascensão das milícias é uma atuação do capataz. Recentemente o Brasil viveu o choque do assassinato de Marielle Franco. Após um ano, prenderam os suspeitos do crime, mas mantém-se a pergunta, quem mandou matar Marielle? Os capatazes foram pegos, mas em nome de quem executaram a vereadora? O capataz é essa forma mascarada de poder que se institui em várias esferas do nosso país mas também pelo mundo, e que nos faz refletir: como escapar de seus tentáculos? Atos de Fala convida artistas e obras que à sua maneira mantenham essa pergunta ativa!
Atuando nos subterrâneos – a construção de parcerias e novas tramas.
Quando Moten e Harney pensam o escape, eles também nos lembram que há coisas que atuam nos subterrâneos, fora de nossa visão, e que apesar de invisíveis tem a sua força. Pensar o subterrâneo em um festival, que justamente existe para dar visibilidade a obras, conceitos, sentidos e artistas, é um desafio. Mas de fato, é nos subterrâneos que concebemos o laboratório Devorar e ser devorado. Esse laboratório marca a parceria internacional de Atos de Fala com o festival zürich moves! e se configura como um espaço consistente de encontro entre os artistas, fora do escopo do público. A primeira fase aconteceu em Zurique, quando Simone Aughterlony propôs-nos discussões e relações com a cidade. Agora nos reencontramos pelas manhãs dos dias do festival, guiados pelo trabalho de Marcela Levi e Lucía Russo.
Devorar e ser Devorado é um título provocador que nos ajuda a repensar a antropofagia celebrada pelos modernistas brasileiros. Se no inicio do século passado essa técnica de assimilação do outro era estimulada como uma relação dos brasileiros diante das vanguardas europeias, ela atualmente merece ter seus limites estressados à luz das teorias pós-coloniais.
Além de ser um formato inédito no festival, este laboratório marca também a capacidade de produção e financiamento do Atos de Fala. Com o arrefecimento do apoio às artes e a cultura no país, esta quinta edição de AdF.19 é marcada por uma forte solidariedade internacional para com as artes brasileiras. É desta maneira que o festival se viabiliza através do apoio ao laboratório, que acontece majoritariamente pelo programa Coincidência, da Pro Helvetia; e também pela swissnex Brazil; e pelo Goethe-Institut Rio de Janeiro.Foto: Priscilla Souza
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