O Museu do Jardim Botânico recebe a Mostra Internacional SOMMOS AMAZÔNIA: Olhares do Cinema Indígena.
A mostra faz parte de uma programação especial em torno da COP 30, promovida pela SOMMOS AMAZÔNIA - plataforma global dedicada à distribuição digital dos conteúdos culturais da Amazônia - que está itinerante por embaixadas do Brasil ao redor do mundo.
Depois de desembarcar no Instituto Diplomático de Bucareste na Romênia, a Mostra chega ao Jardim Botânico como parte da programação do Flor da Lua, que conta com oficinas de arte-educação, apresentações musicais, videomapping e exibições de filmes.
A proposta é criar um espaço de diálogo e sensibilidade, em que o público possa vivenciar a força das narrativas indígenas contemporâneas e refletir sobre novas formas de relação entre cultura, natureza e território.
Com entrada gratuita, a Mostra foi idealizada como uma ação de valorização das produções audiovisuais indígenas e de fortalecimento da representatividade dos povos originários. A proposta do evento é mergulhar nas múltiplas perspectivas que compõem o cinema feito por realizadores indígenas no Brasil.
A curadoria destaca obras que abordam os modos de vida tradicionais, resistência, luta, espiritualidade, identidade e mudanças climáticas, revelando a potência criativa e política que move essa cinematografia em expansão.A seleção apresenta curtas e médias metragens dirigidos e produzidos por cineastas e coletivos audiovisuais indígenas. Os quatro filmes estão disponíveis para streaming gratuitamente na SOMMOS AMAZÔNIA.
Confira os títulos:
“Para onde foram as andorinhas?” (Instituto Catitu e Instituto Socioambiental, 22 min) apresenta uma reflexão dos povos do Xingu sobre as mudanças climáticas e o impacto dessas transformações no futuro de seus netos, revelando a sabedoria ancestral diante das incertezas do tempo.
“Nosso modo de lutar” (Rede Katahirine de Cinema, 14 min) apresenta o 20º Acampamento Terra Livre (ATL) como um espaço de encontro e resistência. Sob o olhar de três cineastas mulheres indígenas, Francy Baniwa, Kerexu Martim e Vanuzia Pataxó, o filme apresenta o cotidiano e a força coletiva da maior mobilização indígena do país.
“Cacique Raoni” (Xingu Filmes, 28 min) é um retrato sensível e histórico de Raoni Metuktire, símbolo mundial da luta pela Amazônia e pelos direitos dos povos originários. Dirigido por Marrayury Kuikuro, o filme percorre nove décadas de resistência do povo Kayapó, mesclando relatos, memórias e o presente de uma liderança cuja sabedoria ancestral inspira novas gerações.
“Mensageiras da Amazônia” (Coletivo Audiovisual Daje Kapap Eypi, 17 min) acompanha três mulheres Munduruku que, munidas de câmeras, drones e celulares, registram e denunciam as invasões em seu território no sudoeste do Pará. Integrantes do Coletivo Audiovisual Daje Kapap Eypi, elas transformam o cinema em ferramenta de resistência.
Os três últimos filmes — Nosso modo de lutar, Cacique Raoni e Mensageiras da Amazônia — integram um projeto do Instituto Cultura e Meio Ambiente, apoiado pela Embaixada da Irlanda, dedicado à legendagem de produções indígenas para o inglês.
A iniciativa, realizada em parceria com a SOMMOS AMAZÔNIA, amplia o alcance e a circulação internacional dessas obras, reforçando o protagonismo dos povos originários no cenário audiovisual global.
A Mostra Internacional SOMMOS AMAZÔNIA: Olhares do Cinema Indígena marca o início desse processo de difusão, com apoio do Instituto Guimarães Rosa, braço cultural do Itamaraty. Após o Rio de Janeiro, os filmes seguem para exibições em ações culturais em Belém, durante a COP 30, Londres, Chicago, Ottawa, Filipinas e mais.