Em sua 12ª edição, o Prix Photo Aliança Francesa importante concurso nacional de fotografia da Aliança Francesa é aberto a fotógrafos profissionais e amadores, e busca valorizar propostas artísticas originais, experimentais, sejam abstratas ou documentais, e que possam oferecer um olhar diferenciado sobre as temáticas atuais propostas pelo concurso e que representam um eco das grandes questões de nosso tempo.
Sob o tema "(Além do) Clichê”, os candidatos interessados poderão se inscrever do dia 14 de abril até o dia 29 de maio de 2023 diretamente no site:
www.prixphotoaf.com.br
Após o preenchimento online da ficha de inscrição, os participantes deverão também enviar, através do site, uma série com 10 fotografias, coloridas ou em preto e branco, sobre o tema “(Além do) Clichê”, proposto nesta edição e ilustrado pela fotografia Turma do Índio, Copacabana, 2007, da série Bate-bola - Rio Carnaval Secreto, do fotógrafo Vincent Rosenblatt.
O clichê está presente nas mais diversas áreas e todas poderão ser exploradas pelos participantes: representações ligadas a nacionalidades, gêneros, eventos, comportamentos, etc. As imagens poderão ser manipuladas ou não, precisam ser apresentadas em formato JPG e respeitar o tamanho máximo de 2MB. Todas as fotografias devem ser obtidas por meio de equipamento analógico (câmera de qualquer formato, pinhole ou outra técnica) ou digital.
O 12º Prix Photo Aliança Francesa premiará o primeiro colocado, com uma viagem à França para reuniões profissionais em parceria com a rede Diagonal, com passagens da Air France. O segundo colocado poderá participar de uma residência à distância de formatação de fotolivro ministrada pelos editores da Lovely House.
Uma novidade desta edição é que os dois primeiros colocados do concurso terão suas fotografias projetadas no festival francês de fotografia "Les Rencontres d'Arles", em parceria com a Iandé, uma plataforma cultural internacional focada na França e que também divulga sobre a fotografia brasileira.
O terceiro colocado e o vencedor do Prêmio do Júri Popular receberão uma mentoria profissional, realizada à distância, com o Ateliê Oriente. Além dos principais prêmios, haverá menções especiais, com o prêmio Photoclimat, que oferecerá a difusão do portfólio na Maison du Climat, em Paris - em parceria com a Bienal Photoclimat, e com o prêmio Foto Analógica do CentroFotoCopa que oferecerá três cameras analógicas e uma oficina de introdução ao universo da fotografia analógica.
Os três primeiros colocados participam da exposição coletiva na Galeria da Aliança Francesa de Botafogo.
“O Prix Photo das Alianças Francesas é uma ferramenta central no diálogo e nas relações entre as cenas artísticas brasileiras e franceses ajudando cada vez mais os talentos brasileiros a se aproximar dos profissionais francófonos “, afirma Quentin Richard, Coordenador Cultural da rede das Alianças Francesas.
Participam do Júri : Erika Negrel, secretária geral da Diagonal, rede francesa de locais de exibição, prática e produção fotográfica; Karl Joseph nascido em Cayenne, Guiana, onde foi co-fundador da bienal Rencontres Photographiques de Guyane e da qual é diretor artístico; Lilia Schwarcz é uma das mais renomadas historiadoras do Brasil. Professora titular no Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo e Global Scholar na Universidade de Princeton desde 2015, atua como curadora adjunta para histórias e narrativas no Museu de Arte de São Paulo e é colunista do jornal Nexo; Luciana Molisani é editora, curadora de livros de arte e desenhista gráfica, graduada em Artes Visuais pela FAAP-SP; Marcela Bonfim, economista e fotógrafa; Nicolas Henry, fotógrafo e diretor artístico francês. Primeiro, designer de iluminação e cenógrafo, depois, diretor do projeto “6 milliards d'autres” de Yann Arthus-Bertrand; Paulo Marcos de Mendonça Lima é fotógrafo profissional desde 1980, curador, professor, produtor cultural, coordenador de exposições e membro do grupo gestor do FotoRio. Desde 2016, dirige o Ateliê Oriente junto com Kitty Paranaguá; Rosa Luz é mulher trans, negra, artista visual, rapper, performer e comunicadora e Yolande Mary, Co-fundadora e diretora da galeria Confluence, um espaço dedicado a difusão da fotografia contemporânea em Nantes em 2004, hoje co-dirige este lugar que se tornou desde 2022 o Centro Claude Cahun.
O concurso é organizado pela rede das Alianças Francesas no Brasil, com o apoio da Air France, da rede francesa de exposição e fotografia Réseau Diagonal, do Centro carioca de fotografia e artes Ateliê Oriente, da editora paulista Lovely House, da loja carioca de fotografia CentroFotoCopa, da bienal de fotografia social e ambiental Photoclimat, da plataforma cultural internacional francesa, Iandé, assim como da Embaixada da França no Brasil e o Institut Français.
Sobre o Tema "(Além do) Clichê”
Este ano, o concurso traz um termo que, tanto na língua francesa quanto na língua portuguesa, designa a própria fotografia: o clichê (ou cliché). Embora o clichê possa estar associado à sensação de familiaridade e conforto, no campo das artes, pode logo ganhar ares de vilão. Lançar mão de clichés, ainda mais para retratar culturas diferentes, por mais lisonjeiro que possam parecer, acaba se tornando reducionista e superficial, quando não contribui para uma homogeneização das representações. Por isso, o convite é para ir além do clichê! Libertar-se por completo do clichê, trazendo o que é original, criativo, inovador, surpreendente, inusitado! Ou, até mesmo, um convite para desconstruir o clichê, mergulhar em sua essência, procurar compreendê-lo para melhor destacar o que ele deixa de mostrar, os aspectos que ficaram de fora. Convidamos os fotógrafos a irem além do clichê, desprender-se do básico, ousando e experimentando novas técnicas, novos formatos e novos olhares. Pode, por exemplo, ser a ocasião de revisitar a cena da campanha publicitária da família-margarina.
Alguns mais locais, outros universais, os clichês podem ser o ponto de partida, servindo de base ou referência para o trabalho apresentado. As possibilidades a serem exploradas são múltiplas. O intuito não será simplesmente reproduzi-los, mas propor uma releitura, que pode vir acompanhada de humor, aproximando-se da paródia, ou adotando tom mais sério, de crítica e, até mesmo, denúncia. Se o clichê está associado ao lugar comum, o diferencial é incluir o elemento surpresa, trazendo de volta a originalidade diante do que já era esperado ou conhecido.