A escultura Spider (Aranha), que está no Museu de Arte do Rio até fevereiro de 2020, é uma das seis grandes aranhas de Louise Bourgeois. A obra, de 1996, é considerada uma das mais emblemáticas da arte internacional na virada para o século XXI.
Pertencente ao acervo do Itaú Cultural, Spider iniciou uma viagem pelo Brasil em 2017, com passagens pela Galeria Mata do Inhotim (MG), Fundação Iberê Camargo (RS) e Museu Oscar Niemeyer (PR).
Equilibrada em suas oito pernas, com terminações que remetem à agulha e ao bordado, a figura de mais de 3 metros de altura em bronze carrega em si o simbolismo da relação da artista francesa com a sua infância. O tecer, parte do trabalho de sua mãe na reconstrução de tapeçarias, é também a arte da aranha com a teia.
Louise Bourgeois foi uma artista de seu tempo e do nosso. Em sua vasta produção artística, fez uma constante investigação da condição feminina no mundo, instigando sempre o questionamento sobre o ser mulher e a dominação masculina nas relações.
Este trabalho testemunha a potência simbólica que a artista confere a seus objetos. Desde a década de 1940, as aranhas estão presentes no desenho de Bourgeois, em um longo processo de condensação de sentidos – elas aparecem em desenhos, gravuras, pinturas e esculturas.
Feita em bronze, a escultura pesa mais de 700 quilos – 68kg, cada uma das oito patas; 113kg o corpo e 57kg a cabeça.
Foto: Daniela Paoliello