A mostra apresenta a arte das bordadeiras do Seridó Potiguar, no Rio Grande do Norte, região que ficou conhecida internacionalmente como “a terra do bordado”.
A tradição dos bordados produzidos na região do Seridó é antiga, vem do século XVIII, e confunde-se com a própria história da colonização portuguesa no Rio Grande do Norte. A inspiração vem dos bordados tradicionais produzidos até hoje na Ilha da Madeira em Portugal. São flores e arabescos desenhados em tons claros sobre tecidos de algodão e linho.
A exposição traz o trabalho das bordadeiras que vivem nos municípios de Timbaúba dos Batistas e Caicó, localizados na parte potiguar da região do Seridó.
Os visitantes poderão conferir conjuntos de lençol, roupas, toalhas, caminhos de mesa, panos de prato e outras variadas peças que estarão à venda na Sala do Artista Popular (SAP).
A diversidade da produção também pode ser observada nas cores, que vão do branco ao matizado; nas inspirações da criação, que trazem flores, folhas, frutos e arabescos e, claro, nos tipos de pontos. Já os bordados das roupas, em especial os baseados em ponto richelieu, são marcantes durante a Festa de Sant’Ana de Caicó considerada desde 2010 como Patrimônio Cultural do Brasil.
Nos eventos religiosos mais solenes da tradicional Festa de Sant'Ana do Caicó, no sertão do Rio Grande do Norte, as vestes brancas de grande parte dos fiéis se evidenciam por meio dos bordados, principalmente os de richelieu.
Os conhecimentos e práticas sociais do bordado são transmitidos de geração a geração e estão enraizados no cotidiano da comunidade, tendo expressiva importância social, simbólica e econômica. No município de Caicó, por exemplo, os bordados dão o ponto na tão tradicional identidade local. Tanto que Caicó carrega o título de “terra do bordado”, se sobressaindo internacionalmente pela qualidade de seus produtos.