Nesta quinta-feira, 22 de agosto, é comemorado no Brasil o Dia do Folclore, que ganha contornos especiais no Museu de Folclore Edison Carneiro, um guardião da arte popular em território nacional.
O Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP/Iphan) é referência em todo o país pelo valor de seu acervo, que soma hoje cerca de 17 mil objetos. Atualmente, o público pode conferir a exposição Pau, corda, cores e [re] invenções: instrumentos e artesanatos do Carimbó com representações do gênero secular que vieram diretamente do Pará.
Declarado Patrimônio Cultural em 2014, o Carimbó pode ser descrito como uma forma de expressão que envolve múltiplas linguagens como a dança, o canto, o ritmo, a culinária e a produção artesanal. E promove redes de sociabilidades, seja na produção das festas, seja no cotidiano, bem como formas particulares de lidar com o ambiente ao redor, adaptando e reaproveitando materiais.
Justamente no reaproveitamento de materiais está uma das curiosidades da exposição. Estão lá pandeiros feitos com madeira reciclada, banjos formados por tubos de PVC e até chapas de raio-x utilizadas em combinação com um disco de vinil. A base instrumental mais recorrente dos grupos de artistas, que fazem rodas em várias celebrações, envolve tambor, maraca, milheiro, banjo e sopro.
Há também miniaturas feitas em barro dos artistas tocando os instrumentos e exuberantes indumentárias que mulheres e homens utilizam para dançar nas rodas.
Há mais de 200 anos, o Carimbó mantém sua tradição em quase todas as regiões do Pará, e tem se reinventado constantemente. Seus instrumentos, sua dança e música são resultados da fusão das influências culturais indígena, negra e ibérica; e a memória coletiva dos mestres e seus descendentes tem mantido vivo o patrimônio.