Considerado uma nova estrela do samba, Eliziário da Conceição faz sua estreia em CD aos 74 anos com 12 de seus mais belos sambas. A produção musical é assinada pelo renomado maestro Rildo Hora que também participará do show.
Sambas como “Vou partir” e “Não mereço perdão” mostram que o compositor pertence à mesma dinastia de nomes como Cartola e Nelson Cavaquinho.
A mítica figura da sereia, tão cantada em sambas de outrora, volta toda faceira no delicioso “O canto da sereia”, mostrando que tem ali o DNA da “Sereia Guiomar”, de Dona Ivone Lara. A gratidão pelo Maranhão, que lhe deu Dona Socorro, amor de toda uma vida, inspirou os sambas “Morena faceira” e “O canto do sabiá”, ambos exacerbando em malemolência e balanço.
Eliziário, que só agora grava seu primeiro trabalho, já passou por muitas escolas de samba e agremiações às quais contribuiria com seu talento. Mocidade Unida de Miguel Couto, em Nova Iguaçu, onde ganhou seu primeiro samba-enredo. O bloco Quem Quiser Pode Vir, que arrastava multidões na Pavuna. E mais três importantes agremiações: Unidos da Ponte, Mangueira e, mais recentemente, Grande Rio.
Mas, por que demorou tanto para gravar e aparecer? Cauteloso (para não dizer modesto), Eliziário achou que precisava aprimorar mais sua vocação como autor. E, como já dito, o tempo só lhe fez bem.