As drag-queens cantoras Sara e Nina encerram, nesta sexta-feira, dia 21 de junho, às 19h, a mini-turnê do show-espetáculo do LP "Minha Mulheres Tristes - Uma Ode Furiosa ao Samba-canção", na Centro de Referência da Música Carioca, na Tijuca.
Lançado em dezembro último, o disco traz canções de cortar os pulsos como “Meu mundo caiu”, “Risque”, e “Fracassamos”, que inauguraram a sofrência na música brasileira nos anos 40, rearranjadas e versadas para o pop, a disco music e o rock.
Com “Minhas Mulheres Tristes”, Sara e Nina relêm e ressignificam clássicos que foram grandes sucessos nacionais na voz das grandes divas da música entre as décadas de 40 e 70, como Dalva de Oliveira, Maysa, Dolores Duran e Linda e Dircinha Batista, por exemplo.
No disco, Gabriel Sanches e Alessandro Brandão, os atores-cantores por trás de das duas drag-queens, reverenciam esse primoroso repertório totalmente rearranjado pelo diretor e produtor musical Pedro Barbosa, e gravado em LP, formato usado por aquelas grandes vozes.
Músicas como “Fracassamos”, eterna em Dalva de Oliveira, chega a 2024 com ecos do soul de “Back to Black” de Amy Winehouse misturado ao “Lago dos Cisnes”, e “Vingança”, dramática obra-prima de Lupicínio Rodrigues, é apresentada num clima à la The Strokes. “Segredo”, traz uma mistura do arranjo original com pitadas de “I Never Can Say Good Bye” e “Can’t Take My Eyes Off You”, hits de Gloria Gaynor. “Risque”, por sua vez, ganhou guitarras roqueiras e pitadas de “Stop In The Name Of Love”, célebre sucesso de Diana Ross nos tempos das Supremes. Já “A Grande Verdade”, foi repaginada pelo produtor com influências de Baby Consuelo e Os Novos Baianos na cabeça.
No show, "Minhas Mulheres Tristes", Sara e Nina apresentam o sofisticado repertório do álbum ao incorporar suas vivências pessoais e artísticas na roupagem musical e dramática do repertório. Acompanhadas por um trio (baixo, teclado e bateria), o cenário e os figurinos trazem uma estética avermelhada pela paixão das letras das canções, com a reinvenção do glamour característico da época.
As apresentações da dupla também contam com a abertura especial de Maria Navalha, entidade da Umbanda que carrega a energia dos povos de rua, de Exu, abrindo caminhos, honrando o passado e criando a possibilidade de presente próspero. Maria Navalha é luta, é força, é abertura de caminho e, principalmente, muito amor. Maria Navalha será interpretada pelo dançarino afro Cleiton Sobreira, também parceiro nessa jornada.
As 12 canções do LP são sucessos compostos ou cantados por mulheres que, à época, tiveram a coragem de dar voz às traições sofridas, lutas empreendidas, vontades e desejos. Num tempo em que o machismo encontrava menos resistência, essas composições representavam o revolucionário rompimento da mulher com o papel doméstico.
“Minhas Mulheres Tristes - uma ode furiosa ao samba-canção” é um projeto contemplado pelo edital Viva o Talento, da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, através da Secretaria Municipal de Cultura. Uma realização CAJÁ Arquitetura Cultural e Hazuq.
A apresentação tem tradução em libras e áudio descrição.
Ficha técnica do Show:
Sara - Voz
Nina - Voz
Produção:
Carla Yared - Direção de produção
Attos Raphael - Produtor
Banda:
Arthur Martau - Bateria e Direção Musical
Antonio fischer-band - Teclado
Paulo Emmery - Baixo
Equipe Técnica
Constanza Córdova - Cenografia
Carlos Machado - Aderecista
Letícia Guimarães - Direção de cena
Diego Nardes - Maquiador visagista
Lucas Tetteo - Maquiador e peruqueiro
Part. especial de Cleiton Sobreira (Abertura Maria Navalha)
Classificação: LIVRE
Ingressos: Gratuitos