A Orquestra Sinfônica Brasileira sobe ao palco do Teatro Multiplan, no Village Mall, para apresentar um dos repertórios mais pedidos pelo público: “Música de Cinema - John Williams”.
No programa, trilhas dos clássicos Star Wars, Harry Potter, Superman, Jurassic Park, Indiana Jones e E.T. A regência fica a cargo do maestro Guilherme Mannis.
O espetáculo tem início em clima de fantasia com “Aventuras na Terra” (E.T. – O Extraterrestre, 1982). Durante as gravações da trilha sonora desse longa, John Williams enfrentou um desafio: por mais que tentasse, não conseguia sincronizar a execução da orquestra com a parte final do filme, repleto de cortes e detalhes precisos.
Diante disso, o diretor Steven Spielberg decidiu inverter a lógica: desligou a projeção e permitiu que Williams regesse a orquestra com total liberdade.
Com a música já gravada, o diretor então reajustou a montagem, deixando a trilha sonora ditar parte do ritmo da edição. O resultado foi uma das cenas mais icônicas da história das trilhas sonoras cinematográficas.
Ainda em clima de magia, a apresentação segue com excertos da Suíte Orquestral de Harry Potter e a Pedra Filosofal (2001): serão ouvidos o Tema de Hedwig, no qual o mistério da coruja é magistralmente evocado pela celesta; Nimbus 2000, na qual o Williams explora os sopros para transmitir o dinamismo de uma partida de quadribol; e O Maravilhoso Mundo de Harry, repleto de ternura e calor.
O segundo bloco é cheio de aventura, com trilhas de três grandes sucessos de bilheteria. A Marcha dos Caçadores, de Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida (1981), começa com uma fanfarra audaciosa que serve de base para a peça. Após a entrada majestosa dos metais, as demais famílias da orquestra são convocadas aos poucos, culminando em uma textura orquestral rica e cheia de energia contagiante.
Dessa atmosfera vibrante, a apresentação se desloca para a imponência do Tema de Jurassic Park (1993), que, longe de retratar os dinossauros como ameaçadores, lhes confere dignidade e grandeza. A trompa introduz o tema com magnificência, sendo depois acompanhada pelo restante da orquestra, ampliando a sensação de reverência. Fechando o bloco, a Marcha de Superman (1978) retoma a energia heroica, cuja concisão e retórica resumem dramas e triunfos do herói, com uma sonoridade que remete a compositores como Richard Strauss e Aaron Copland.
A trilha sonora de Star Wars (1977) talvez seja uma espécie de súmula do estilo de John Williams. Neste trabalho excepcional, que o catapultou ao reconhecimento mundial, técnicas operísticas herdadas de Richard Wagner, como o uso de leitmotifs (frases musicais associadas a personagens, objetos ou ideias do enredo) e a pujância orquestral reminiscente de Strauss são levadas ao máximo, conferindo ainda mais vigor e dimensão à experiência cinematográfica.
Para encerrar este espetáculo, a Orquestra Sinfônica Brasileira apresenta três movimentos da suíte escrita para o filme, começando pela grandiosa Marcha Imperial, avançando com o hipnotizante Tema da Princesa Leia e concluindo de forma brilhante com Sala do Trono e Título Final.