O Cine Teatro Joia recebe em outubro a comédia “Minha Mãe é um Espírito”, novo trabalho dos atores Ana Carolina Rainha e Lucas Figueiredo, dupla que já atua junta há quase uma década no sucesso “Allan Kardec – Um Olhar para a Eternidade”.
O espetáculo, com direção geral de Ticiana Studart, será apresentado nos dias 3, 10, 17, 24 e 31 de outubro, sempre às sextas-feiras.
A ideia surgiu no fim de 2024, quando os dois atores decidiram levar ao palco uma história que abordasse a relação entre mãe e filho. “Na verdade, foi uma grande surpresa. O escritor Paulo Fernando de Melo nos propôs escrever essa comédia e pedimos a ele um dueto entre Mãe e Filho. Foi um grande presente, uma convergência de intenções comuns”, conta Ana Carolina Rainha.
Apesar da trajetória dos artistas em peças com temática espiritualista, o novo trabalho aposta em outro caminho. “O Minha Mãe é um Espírito não traz a espiritualidade em primeiro plano. Trata-se de uma comédia que não vai na direção de nenhuma religião ou crença específica. O que está em foco são as relações humanas e o medo de morrer, numa abordagem que nos garante boas risadas. É uma peça para toda a família, de toda ou nenhuma crença em relação ao metafísico”, explica Lucas Figueiredo.
Na trama, Ana Carolina Rainha interpreta Lindaura Matias de Lima, uma mãe amorosa e controladora, que oscila entre ingenuidade e manipulação, enquanto Lucas Figueiredo dá vida a Rick Mathias Lima, um filho dividido entre o amor pela mãe e o desejo de liberdade. “Rick, com suas crises hipocondríacas e emoções à flor da pele, arranca gargalhadas e conquista o público”, descreve Figueiredo.
O texto, assinado por Paulo Fernando de Melo, mistura melodrama, cotidiano e humor ácido. “Buscamos um jeito leve de refletir sobre a vida após a morte, o vazio e o medo do que virá ou não virá. O título já prepara o público para um encontro entre o real e o imaginário, entre o riso e a emoção”, afirma o autor.
A encenação, nas palavras da diretora Ticiana Studart, mergulhou na farsa, no melodrama e no realismo cômico. “O processo foi rico na pesquisa da comédia. O texto é muito bom, popular e cheio de humor. O cenário, assinado por Kamilla Rufino, imita a casa de uma classe média que se julga rica, inspirado em Almodóvar, enquanto a iluminação de Aurélio de Simone brinca com efeitos entre humor e terror”, explica Studart.
Produzida de forma independente, sem patrocínio, a peça foi viabilizada no chamado “teatro de guerrilha”, mas reuniu nomes de peso como Cybele Alonso (direção de movimento) e a própria Kamilla Rufino (direção de arte).