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  • O Corpo da Mulher Como Campo de Batalha

    Da Redação em 23 de Novembro de 2016    Informar erro
    O Corpo da Mulher Como Campo de Batalha
    Local: Teatro I – SESC Tijuca
    ENDEREÇO: Rua Barão de Mesquita, 539 – Tijuca
    CONTATO: (21) 3238-2072
    DETALHES: De 4 a 27/11/16 | Sexta, sáb e dom, às 20h | R$20 (inteira), R$10 (meia) e R$5 (comerciário) 

    Última semana de "O Corpo da Mulher Como Campo de Batalha", espetáculo do romeno Matéi Visniec que retrata a violência contra a mulher nas guerras e no dia a dia.  A peça conta a história de duas mulheres se cruzam depois do conflito bósnio, uma terapeuta norte-americana e uma bósnia violentada. Ambas revelam suas histórias numa tentativa desesperada de encontrar forças para continuar suas trajetórias. O espetáculo retrata duas mulheres arrasadas, feridas, que tentam reconstruir a percepção sobre si mesmas e sobre o mundo.

    Através de Kate (Ester Jablonski), uma psicoterapeuta americana que trabalha como voluntária, e Dorra (Fernanda Nobre), uma refugiada bósnia vítima de estupro, Visniec deflagra um grito sobre a condição da mulher durante a guerra, quando o estupro era a tática mais utilizada para humilhar e derrotar o inimigo de ambos os lados. A dramaturgia de Matéi Visniec, aliada à direção de Fernando Philbert, tem a potência de traduzir o ser humano ao trazer para a cena a questão da violência contra a mulher sem derrotismo, mas sob o ponto de vista da luta e resistência em todas as guerras, até mesmo as do dia a dia.

    O autor romeno, naturalizado francês após pedir asilo político em 1987, é considerado por muitos “o novo Ionesco”, por dar continuidade ao gênero do teatro do absurdo. Outro traço de seus trabalhos é o olhar crítico do autoritarismo e as contradições inerentes ao ser humano. ” Descobri quando vim morar no Ocidente, que as pessoas podem ser manipuladas mesmo em uma sociedade livre e democrática e que isso pode ser feito em nome da liberdade e da democracia. Descobri que a luta pelo poder pode tornar-se um espetáculo grotesco, que a demagogia tem sutilezas que se pode facilmente confundir com reflexão filosófica; e que, o que é ainda mais grave, a demagogia casa-se muito bem com os poderes das mídias. Descobri que a liberdade pode ter um lado selvagem, que a informação pode matar a comunicação, que nada jamais é definitivamente adquirido e que o ser humano deve lutar sempre por seus direitos, para preservar sua liberdade ameaçada pelos efeitos da liberdade. Acho que o teatro pode e deve falar disso, falar dos múltiplos paradoxos da sociedade industrial, moderna e democrática. A sociedade civilizada, evoluída, não está protegida dos numerosos poderes obscuros que a rondam, que a desumanizam(...)”, define Matéi. Nada mais atual. Embora escrito nos anos 90, a atualidade é uma das marcas mais contundentes do espetáculo.

    Texto: Matei Visniec | Tradução Alexandre David | Direção: Fernando Philbert | Elenco: Ester Jablonski e Fernanda Nobre | Foto: Ana Alexandrino  

    Classificação: 14 anos

    #drama #teatro 



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