Protagonizada por Reinaldo Júnior, a peça-filme “O grande dia” evidencia nos palcos a capacidade artística de um homem negro brasileiro. Realizada pela Confraria do Impossível, a peça estreia no Teatro Armando Gonzaga em Marechal Hermes e segue em curtíssima temporada no Teatro Glaucio Gill em Copacabana a partir do dia 05 de junho. Ambas apresentações são de quinta a sábado 20h e domingo 19h.
Uma batalha, 7 rounds de 7 cenas em 7 circunstâncias de inúmeras realidades diferentes unidas por uma só luta, contra o mais potente dos adversários. O despertador tocou, o gongo soou e chegou O Grande Dia.
Reinaldo Junior, em um solo performático inédito, que mistura ficção e realidade, teatro e cinema, visceralidade e minimalismo. Com direção violentamente pacífica e uma dramaturgia potente e refinada, do vencedor do prêmio Shell, André Lemos.
Arte e realidade se misturam no jogo cênico com o trabalho visceral de Reinaldo que, em cena, desmistifica e desconstrói os preconceitos acerca das pessoas negras, sobretudo, dos homens.
“Dos palcos aos ringues, da vida cotidiana, simples, em luta, de um corpo bélico, em trânsito, carregado de poesia, subjetividade e camadas que não interessam ao sistema que esteja vivo, pulsante e pensante. É uma obra construída sobre a vida para atravessar e transformar tantas outras, quebrando olhares viciados e construindo imaginários positivos sobre o ser negro”, frisa Reinaldo.
Segundo o diretor André Lemos, o encarceramento em massa, intolerância religiosa e discussões sobre o papel do homem negro dentro da contemporaneidade e da nova abordagem de protagonismo são alguns dos assuntos debatidos.
“A ideia é trazer o homem negro para o centro da cena. É preciso entender esse discurso da descolonização. Este é o primeiro solo que estamos montando e, nesse momento, nós, que já trabalhamos com teatro, estamos entrando numa nova seara e tentando fazer um híbrido disso, dentro da nossa estética teatral, audiovisual e desses trabalhos que a gente vem adquirindo de intervenção urbana durante esses anos de pesquisa afrofuturista, do negro em cena em meio ao racismo estrutural”, pontuou o diretor.
Para Reinaldo, o intuito é fazer com que outros homens negros se reconheçam. “Esperamos conduzir o espectador e o público para um olhar mais profundo e humanizado sobre a complexidade e as camadas de uma vida negra masculina em uma sociedade racista dominada pelo patriarcado branco, além de exaltar e homenagear a nossa ancestralidade preta através da arte, quebrando estereótipos e a falácia de que não existem bons atores negros no Brasil”, concluiu.
Teatro Armando Gonzaga
Av. Gen. Osvaldo Cordeiro de Farias, 511 - Mal. Hermes
datas: 26, 27 28 e 29 de maio - quinta, sexta e sábado às 20h e domingo às 19h
Classificação: 14 anos
Gênero: híbrido
Ingressos: R$10 inteira, R$5 meia
Teatro Glaucio Gil
Praça Cardeal Arcoverde, s/n - Copacabana, Rio de Janeiro
datas: 2, 3, 4 e 5 de junho - quinta, sexta e sábado às 20h e domingo às 19h
Classificação: 14 anos
Gênero: híbrido
Ingressos: R$10 inteira, R$5 meia
Idealização e Atuação: Reinaldo Junior
Direção e dramaturgia: André Lemos
Direção de Produção: Jeff Fagundes
Supervisão Artística: Tatiana Tibúrcio
Participações especiais: Mariana Nunes, Catia Costa, Vilma Melo, Tatiana Tiburcio, Wilson Rabelo, Nando Cunha, WJ, Reinaldo Santos, Theo Costa, Zaion Salomão
Ass. de Direção: Wayne Marinho
Direção Musical: André Lemos, Luan de Almeida e Reinaldo Junior