Entre maio e junho, a Pandorga Cia. de Teatro promove oito oficinas gratuitas de criação artística no Centro de Artes Calouste Gulbenkian, na Praça XI. A programação integra as comemorações de 18 anos de atividades ininterruptas do grupo carioca.
Composta originalmente por Cleiton Echeveste (dramaturgo e diretor) e Eduardo Almeida (ator e produtor), a Pandorga tem contado com a colaboração regular de diversos parceiros artísticos ao longo de quase 20 anos de atuação nas artes cênicas, e alguns destes profissionais foram convidados para participar das oficinas.
O projeto é contemplado pelo edital Pró-Carioca, programa de fomento à cultura carioca, da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, através da Secretaria Municipal de Cultura.
As oito oficinas que compõem o projeto Residência Artística Pandorga 18 Anos são voltadas para estudantes e profissionais das artes cênicas, mas também para o público em geral interessado na criação artística.
Há ainda uma oficina de teatro desenvolvida para crianças entre 5 e 10 anos. As aulas acontecem sempre durante três sextas ou sábados, e as inscrições podem ser feitas através do preenchimento do formulário em https://bit.ly/4lx8oVE.
Os temas escolhidos compreendem diferentes funções dentro de uma montagem teatral – dramaturgia, figurino, visagismo, interpretação, trabalho de corpo, música e acessibilidade para o público neurodivergente.
Além de Cleiton Echeveste e Eduardo Almeida, que ministram as oficinas “Dramaturgia em Processo: Palavra É Ação” e “Memória e Infância”, respectivamente, outros parceiros artísticos da Pandorga estão programados: Giuseppe Marin (“Brincado de Ser”), Cristiane Muñoz (“Acessibilidade Neurodiversa”), Vinicius Mousinho (“Música e Cena”), Francisco Leite (“Revelando a Face Oculta”), Bárbara Abi-Rihan (“Se Joga – O Circo no Teatro”) e Daniele Geammal (“Quantas Personagens Habitam seu Guarda Roupa?”).
As oficinas
03, 10 e 17 de maio – 14 às 17h
Acessibilidade Neurodiversa (Cristiane Muñoz)
Idade mínima: 18 anos
Com o intuito de promover a real inclusão e acessibilidade do público neurodivergente (em especial de pessoas autistas), a oficina oferece para artistas e agentes culturais a possibilidade de compreenderem do que se trata a acessibilidade de modo geral. Destacando ações que possam ser desenvolvidas e implementadas no campo da acessibilidade sensorial em seus projetos de forma concreta e possibilitando a inclusão de uma parcela da população que por muitos séculos foi apartada do convívio social, tendo inúmeros direitos negados, inclusive o de participar e usufruir da arte e da cultura.
03, 10 e 17 de maio – 14h às 17h
Brincado de Ser (Giuseppe Marin | Assistente: Nini Peixoto)
Idade: 5 a 10 anos
Bruxa cética, cavaleiro sem armadura, super-herói covarde, sereia asmática, pedra falante ou papagaio tímido. Na cabeça de uma criança as possibilidades são infinitas. A oficina explora o mundo do teatro não a partir de textos e marcações pré-definidas, mas do simples brincar. Através de músicas, cirandas e brincadeiras populares, as crianças descobrem uma infinidade de personagens, situações, histórias e emoções que já existem dentro de cada um. A criança consegue desenvolver habilidades sociais e afetivas, como comunicabilidade, trabalho em equipe, respeito ao limite do outro e principalmente autoconhecimento
23 e 30 de maio e 06 de junho – 9h às 12h
Música e Cena (Vinicius Mousinho)
Idade mínima: 16 anos
A musicalidade intrínseca da cena reside na exploração das possibilidades musicais latentes nos corpos dos atores e atrizes. A partir da vivência na montagem de “Louise/os ursos”, da Pandorga, sutilmente desvendamos as nuances que o corpo carrega de experiência, transformando-as em performance. A ideia é discernir o que o texto nos oferece e explorar na prática como respondemos e propomos. A oficina propões investigar as diversas camadas da cena, adornando-as com sons e silêncios, compreendendo as dinâmicas e timbres corporais e vocais dos artistas.
23 e 30 de maio e 06 de junho – 14 às 17h
Revelando a Face Oculta (Francisco Leite)
Idade mínima: 16 anos
A oficina tem como objetivo observar, pesquisar e realizar experimentos na composição do visagismo, além de estudar materiais (cosméticos) e outros não usuais. A oficina propõe um mergulho na alma/essência do personagem para trazer à tona características específicas que ajudem a entender e visualizar as demandas necessárias na composição visual. Os processos se dão na sala de ensaios, observando não só o rosto, mas o corpo do ator. Ainda assim, é preciso um casamento com os atores, figurinos e luz, conceito da cena. Se faz premente entender que o rosto estará sob luz artificial, sujeito não só às cores, mas à distância entre o palco e o espectador.
24 e 31 de maio e 7 de junho – 14 às 17h
Memória e Infância (Eduardo Almeida)
Idade mínima: 16 anos
Oficina prática de teatro voltada preferencialmente para estudantes de teatro, tendo como base o processo de criação do espetáculo “Juvenal, Pita Velocípede”, da Pandorga. A peça teve como base de estudos o teatro narrativo, a contação de histórias e o levantamento de memórias de infância. A oficina procura promover a conscientização e desinibição dos alunos, através de improvisações, dramatizações, exercícios corporais e vocais, criação de cenas e personagens, todos baseados em histórias levantadas com os próprios alunos, em suas experiências de vida, em um resgate de suas infâncias.
13, 20 e 27 de junho – 9h às 12h
Se Joga - O Circo no Teatro (Bárbara Abi-Rihan)
Idade mínima: 16 anos
Mobilidade, tônus, jogo e confiança dão o tom da oficina. Usando ferramentas do circo para o processo de preparação do corpo do ator e da atriz, elementos e fundamentos de acrobacias individuais e coletivas servem como arsenal base para investigação da expressividade e de um corpo em estado de presença, atenção e disponibilidade constantes.
13, 20 e 27 de junho – 14h às 17h
Quantas Personagens Habitam seu Guarda Roupa? (Daniele Geammal | Assistente: Chris Rebello)
Idade mínima: 18 anos
Inspirada na sua participação como figurinista da obra teatral “O Menino que Brincava de Ser”, da Pandorga, Daniele propõe uma oficina recheada de exercícios para a investigação e desenvolvimento de processos criativos, a serem realizados com peças de um guarda-roupa, assim como as personagens do espetáculo, que se divertem atuando diante de uma arara repleta de roupas. A proposta é oferecer uma oficina baseada na pesquisa, a partir da experimentação, onde os figurinos nascem da relação indissociável entre indumentária, corpo e cena.
07, 14, 21 e 28 de junho – 14h às 17h
Dramaturgia em Processo: Palavra é Ação (Cleiton Echeveste)
Idade mínima: 16 anos
A oficina propõe uma vivência de investigação e criação de dramaturgia textual para a cena. A proposta parte em especial da experiência do autor na criação da dramaturgia de “O Menino que Brincava de Ser”, da Pandorga. A partir de uma discussão sobre os elementos fundamentais do texto teatral, propõe-se um intercâmbio de experiências e ideias, chegando a conceitos-chave do teatro contemporâneo: a corporalidade, o espaço, a memória, a autoetnografia, a narração oral, a música, as artes visuais e as demais disciplinas artísticas. Durante a oficina, cada pessoa será estimulada a desenvolver um projeto individual ou em pequenos grupos.
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