Com curadoria e coordenação do premiado ator, diretor e produtor Julio Adrião (de A Descoberta das Américas), “Três histórias que mudaram a história” estreia no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro, a partir de 11 de junho, com a trilogia latino-americana do repertório da Compañía Tryo Teatro Banda, de Santiago do Chile.
Ao longo de 25 anos de apresentações na América Latina, Europa, Ásia e EUA, a obra dramatúrgica e autoral do Tryo Teatro Banda, dirigida por Francisco Sánchez desde sua fundação, pesquisa momentos e personagens da história latino-americana, com encenações em que a música, composta para cada espetáculo e executada ao vivo pelos atores, conduz as narrativas.
Durante a temporada, os espetáculos “Pedro de Valdívia: la gesta inconclusa” e “Magalhães a 500 años de la primera vuelta al mundo” serão apresentados em espanhol, com legendagem e audiodescrição.
Já “Fico” será apresentado em português, com intérprete de LIBRAS e audiodescrição. As montagens são concebidas para público amplo, sem limitação de idade.
A temporada ocorre de 11 de junho a 6 de julho de 2025, de quarta a sábado às 19h e domingo às 18h. Todas as sessões contam com monitores capacitados para atendimento do público PCD. A temporada é apresentada pelo Banco do Brasil e Ministério da Cultura, via Lei Rouanet.
“A mostra é a coroação de uma parceria com o Tryo Teatro Banda, iniciada em 2012, no Latin American Theatre Festival, em Londres. A estética do TTB, com espetáculos que revisitam criticamente temas e personagens históricos, com dramaturgia própria e música ao vivo, torna seu repertório único. O Tryo Teatro Banda é uma máquina de criação compulsiva, e apresentá-los ao público carioca por um mês, num dos principais palcos da cidade, é um privilégio. Bem-vindos ao melhor do teatro chileno do século XXI”, comenta Julio Adrião.
“Três histórias que mudaram a história” propõe revisitar momentos da formação dos povos latino-americanos, com figuras como Pedro de Valdívia, Fernão de Magalhães e D. Pedro I, a partir de dramaturgia criada com base em pesquisa histórica, oferecendo ao público um olhar crítico sobre passagens determinantes da história latino-americana, como o Dia do Fico, a primeira circum-navegação e a conquista do Chile.
Cada história é contada tendo a música como elemento essencial, com mais de 20 instrumentos — violino, trombone, acordeão, clarinete, saxofone, baixo elétrico, percussão, entre outros — e as vozes dos elencos, reduzindo a necessidade de cenografia e apostando na estética do ator-músico como figura central da narrativa, com agilidade e versatilidade. A principal característica estética do Tryo Teatro Banda é o ator “juglar” — menestrel ou trovador —, que usa música ao vivo, poesia e corpo para enriquecer a comunicação, tornando a história elemento de diversão, emoção e reflexão.
A trilogia, inédita no Brasil, é uma oportunidade de apresentar a forma de criação do Tryo Teatro Banda, especializada no desenvolvimento narrativo por meio das ações físicas dos atores. Durante a temporada, serão realizadas três masterclasses (datas a definir) sobre o processo criativo da companhia, ministradas pelo diretor Francisco Sánchez, com participação dos integrantes.
“Com encenações que revisitam momentos históricos — como as lutas pela conquista do Chile, o início do Império Brasileiro, a independência e a descoberta do caminho marítimo para as Índias —, convidamos o público brasileiro a refletir sobre o processo de invasão, colonização, cancelamento cultural e como isso se reflete hoje”, declaram Francisco Sánchez e Tryo Teatro Banda.
A TRILOGIA “TRÊS HISTÓRIAS QUE MUDARAM A HISTÓRIA”
“Pedro de Valdívia: la gesta inconclusa” (Chile, 2009)
Sinopse: Espetáculo vibrante de menestréis que percorre os primeiros anos da conquista do Chile, desde a chegada de Pedro de Valdívia até sua morte, em 1553, tendo como fio condutor as cartas enviadas ao rei Carlos V. Três atores musicais narram as dificuldades do conquistador, impedido pela ambição de reconhecer a resistência Mapuche. Com mais de 20 instrumentos, o espetáculo atinge perfeita sincronia entre música, teatro e história.
Temporada: 11 a 22 de junho de 2025 — qua. a sáb., 19h; dom., 18h.
Classificação: 12 anos | Duração: 75 min.
Acessibilidade: legendagem, audiodescrição e monitores capacitados.
Ficha técnica: Direção: Sebastián Vila | Dramaturgia: Francisco Sánchez e Tryo Teatro Banda | Elenco: Francisco Sánchez, Alfredo Becerra e Diego Chamorro | Luz: Tomás Urra | Som: Max Cornejo
“Magalhães a 500 años de la primera vuelta al mundo” (Chile, 2020)
Sinopse: Fernão Magalhães lidera uma expedição espanhola em busca das Ilhas das Especiarias, navegando pelo então desconhecido Estreito de Magalhães. Especiarias como canela, pimenta e cravo eram os negócios mais lucrativos do mundo, disputados por Espanha e Portugal. A trama envolve traições, naufrágios, combates e o primeiro encontro entre marinheiros e habitantes nativos do sul do Chile, que terminou em tragédia. A companhia monta seus instrumentos — violino, acordeão, clarinete, saxofone, baixo elétrico, percussão — e narra essa jornada.
Temporada: 25 a 29 de junho de 2025 — qua. a sáb., 19h; dom., 18h.
Classificação: 12 anos | Duração: 55 min.
Acessibilidade: legendagem, audiodescrição e monitores capacitados.
Ficha técnica: Direção: Francisco Sánchez | Co-direção: Eduardo Irrazábal | Dramaturgia: Francisco Sánchez e Tryo Teatro Banda | Elenco: Alfredo Becerra, Diego Chamorro, Javier Bolívar, Martin Feuerhake, Daniella Rivera | Música: Daniella Rivera, Diego Chamorro, Martin Feuerhake, Francisco Sánchez | Figurino: Pablo de la Fuente | Produção de figurino e objetos: Nicol Salgado | Luz: Matías Ulibarry | Som: Julio Gennari
“Fico” (Chile, 2021)
Sinopse: O espetáculo retrata o jovem príncipe regente Pedro às vésperas da decisão de permanecer no Brasil e torná-lo livre, ou regressar a Portugal. O chileno Vicente Pérez Rosales, testemunha casual, torna-se amigo íntimo de Pedro, sem saber sua identidade, e confidente de um homem dividido entre espírito liberal e caráter autoritário.
Temporada: 2 a 6 de julho de 2025 — qua. a sáb., 19h; dom., 18h.
Classificação: 12 anos | Duração: 60 min.
Acessibilidade: apresentação em português, com intérprete de LIBRAS, audiodescrição e monitores capacitados.
Ficha técnica: Direção: Julio Adrião | Dramaturgia.
