Como pensar em educação que ousa ir além das metas para a produtividade que marca nosso tempo? Essa é a reflexão proposta pelo Sesc RJ para o 6º Congresso Mundial de Educação, que acontece de 29 a 31 de outubro na sede da instituição, no Flamengo, Zona Sul do Rio.
Com o tema “Desafios e potencialidades das mediações do nosso tempo”, o evento gratuito reunirá pesquisadores, professores e representantes de projetos educacionais do Brasil e da América Latina para pensar em práticas, a configuração de espaços acolhedores, a liberdade do brincar, a intencionalidade de uma interação. As inscrições podem ser feitas pelo site congressomundialdeeducacao.com.br
Ao longo de três dias, o congresso abordará as novas formas de mediação entre o humano, a tecnologia e o conhecimento, destacando experiências que valorizam o diálogo, a escuta e o vínculo como elementos centrais do processo educativo. Palestras, mesas de diálogos e minicursos jogarão luz sobre temas como inclusão, diversidade, transdisciplinaridade e mediação cultural, propondo reflexões sobre o papel da escola e das práticas pedagógicas em tempos de aceleração tecnológica.
Entre os convidados internacionais, o educador Carlos Skliar, pesquisador da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso/Argentina), abrirá o evento com a palestra “A educação como recomeço. Educar entre os nascimentos e os destinos”, em que abordará os fundamentos éticos e filosóficos da educação como prática de reexistência e transformação. Outro destaque é o antropólogo congolês-brasileiro Kabengele Munanga, referência no debate sobre identidade e relações étnico-raciais no Brasil, que encerrará o congresso com a conferência “Que tipo de educação construir?”, propondo caminhos para uma educação antirracista e plural.
A programação também contará com experiências inovadoras de diferentes países da América Latina, como a participação de Carlos Valencia, coordenador pedagógico do Parque Explora, um dos museus de ciência mais visitados da Colômbia, que integrará a mesa “Transdisciplinaridade e Conhecimento Ampliado: Diálogos entre Ciências e Humanidades”. As discussões se complementam com o minicurso “Mediações de Acervos em Arte, Ciência e Tecnologia”, conduzido pelo coletivo Pequeno Lab, e com o encontro “Toda escola é um território: experiências indígenas para Aldear a Educação”, ministrado pela educadora e pesquisadora indígena Martinha Mendonça, que trará ao debate práticas pedagógicas baseadas em saberes ancestrais e comunitários.
Todas as mesas terão mediação de Paulo Foster, coordenador educativo da Escola Brasileira de Tecnologia, especialista em projetos que conectam arte, tecnologia e educação. A programação completa pode ser consultada em congressomundialdeeducacao.com.br.
6º Congresso Mundial de Educação – “Desafios e potencialidades das mediações do nosso tempo”
De 29 a 31 de outubro de 2025
Rua Marquês de Abrantes, 99, Flamengo, Rio de Janeiro
Atividades: Palestras, mesas de diálogo e minicursos com educadores e pesquisadores do Brasil e da América Latina
Inscrições e informações: congressomundialdeeducacao.com.br
Grátis
PROGRAMAÇÃO:
Quarta-feira, 29 de outubro
– 10h30 às 12h – Palestra: “A educação como recomeço. Educar entre os nascimentos e os destinos”
Com Carlos Skliar, pesquisador principal da Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales (Flacso/Argentina), especialista em fundamentos da educação, linguagem e inclusão.
– 14h às 15h30 – Mesa de Diálogo: “Inclusão, Diversidade e Justiça Social: Mediações para uma Educação Equitativa”
Participam Maira Costa Ivanir dos Santos (Escola Maria Filipa), Deisilene Souza (Escola Quilombista Dandara) e Priscila Pincos (Centro de Referência de Educação Inclusiva – CREI).
Mediação: Paulo Foster.
As instituições convidadas compartilham experiências que articulam ancestralidade, diversidade e inclusão no ambiente escolar.
– 14h às 15h30 – Minicurso: “Filosofia para as Infâncias”
Com Wallace Lopes, pós-doutor em Filosofia (UFOP) e pesquisador do CNPq.
A proposta introduz práticas de filosofia com crianças, estimulando o pensamento crítico, a escuta sensível e a criatividade por meio de experiências lúdicas e narrativas coletivas.
Quinta-feira, 30 de outubro
– 10h30 às 12h30 – Mesa de Diálogo: “Linguagem e Mediação: Entre Palavras e Presenças”
Com Carol Santos (Instituto Educar+), Moisés Machado (Movimento Sextou) e Ana Cunha (Museu.XYZ)
Mediação: Paulo Foster. Os convidados discutem a importância da mediação e da comunicação afetiva no processo de ensino-aprendizagem.
– 10h às 12h – Minicurso: “Mediações de Acervos em Arte, Ciência e Tecnologia”
Com Filipe Machado e Marrytsa Melo (Pequeno Lab).
A atividade propõe práticas e reflexões sobre mediação cultural e aprendizagem ativa, explorando linguagens que aproximam o público de acervos artísticos e científicos.
– 14h às 15h30 – Mesa de Diálogo: “Transdisciplinaridade e Conhecimento Ampliado: Diálogos entre Ciências e Humanidades”
Com Gean Guilherme (Studio 2050), Rejane Nóbrega e Ana Paula Simonaci (Revista Humanos), e Carlos Valencia (Parque Explora, Colômbia).
Mediação: Paulo Foster.
A mesa propõe um debate sobre inovação, ciência e arte a partir de experiências de laboratórios criativos e iniciativas latino-americanas.
– 14h às 15h30 – Minicurso: “Toda escola é um território: experiências indígenas para Aldear a Educação”
Com Martinha Mendonça, professora indígena Guajajara e doutoranda da UFF.
O encontro aborda práticas pedagógicas inspiradas nas vivências Guarani Mbya, promovendo a ideia de que toda escola é um território de saberes e relações coletivas.
Sexta-feira, 31 de outubro
– 10h às 12h – Palestra: “Que tipo de educação construir?”
Com Kabengele Munanga, antropólogo e referência nos estudos sobre relações raciais e educação no Brasil.
O professor discutirá os desafios da construção de uma educação antirracista e plural, baseada no respeito à diversidade cultural e na valorização da história afro-brasileira.