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  • Leo Gandelman: A música é o nosso maior produto de exportação cultural

    Agenda Bafafá em 14 de Junho de 2016    Informar erro
    Leo Gandelman: A música é o nosso maior produto de exportação cultural

    O saxofonista Leo Gandelman é o que se pode chamar de menino prodígio, já que com apenas 15 anos era solista da Orquestra Sinfônica Brasileira. Filho de uma pianista clássica e de um maestro, estudou no Berklee College of Music, nos Estados Unidos, regressando ao Brasil em 1979, para dar início à carreira profissional tocando música clássica, jazz e MPB. Desde então, além de saxofonista, é também arranjador e produtor, tendo participado de mais de 800 gravações com artistas nacionais e internacionais. Tamanha versatilidade fez com que ele fosse eleito durante 15 anos consecutivos pelo concurso Diretas na Música, do Jornal do Brasil, “o Melhor Instrumentista Brasileiro”. Com dez discos gravados (que venderam mais de 500.000 cópias), Leo Gandelman é referência no Brasil e no exterior. Em entrevista exclusiva ao Bafafá On Line, ele fala sobre o início de carreira, sua influência musical e muitos outros temas. Questionado se tem alguma utopia, não titubeia: “Tocar e tocar sempre. Se você me vir no futuro, bem velhinho, tocando em cima de um palco, pode saber que estarei muito feliz”, segreda o artista. 

    Como foram a sua infância e juventude?

    Tive uma infância e juventude repleta de música. Meu pai é maestro, formado pela Escola Nacional de Música; minha mãe, professora de música e duas irmãs são musicistas. A música sempre foi um encontro familiar. 

    Quando despertou para a música?

    Decidi ser músico profissional quando conheci o jazz e comecei a tocar sax com 20 anos. Antes disso, tive uma formação sólida na música clássica, só que não imaginava um futuro com este tipo de música. 

    Sua estadia nos EUA influenciou sua música?

    Com toda certeza foram importantes anos de observação, onde tive oportunidade de ver vários concertos inesquecíveis de música clássica e jazz. Tive a oportunidade também de conhecer e tocar com grandes músicos! 

    Qual é seu estilo? Jazz, samba-jazz?

    Minha busca sempre foi a de criar meu próprio estilo. Misturo minha formação como estudante à minha experiência como profissional, onde tive a oportunidade de tocar com os mais diferentes artistas e estilos de música. Poderia dizer que se trata de MPB com influências jazzísticas. 

    Como é ser saxofonista no Brasil? A demanda é grande?

    Não é, sem sombra de dúvida, uma profissão fácil, mas posso me considerar um felizardo de viver à custa de meus sonhos musicais, num País onde as pessoas lutam basicamente para pagar as contas. 

    O jazz brasileiro é respeitado no exterior?

    A música é o nosso maior produto de exportação cultural. 

    Qual foi o show que mais o emocionou?

    O primeiro Rock in Rio que participei. 

    Quais são suas referências musicais?

    O jazz e a música clássica. 

    E o trabalho como produtor?

    Continua sempre! Este ano já trabalhei no novo disco da Paula Morelembaum e no meu novo projeto também. 

    Acredita no surgimento de um novo estilo musical no Brasil?

    As novidades sempre vão aparecer. 

    Por que a bossa nova não empolga tanto quanto o samba a juventude?

    A bossa nova, sendo uma música sofisticada, nunca empolgou muito no Brasil. Foi preciso o sucesso no resto do mundo para um reconhecimento em casa.  

    Tem alguma utopia?

    Tocar e tocar sempre! Se você me vir no futuro, bem velhinho tocando em cima de um palco, pode saber que estarei muito feliz! 

    Junho de 2008.
    Foto: Divulgação



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