As bicicletas compartilhadas estão de volta à Cidade Universitária da UFRJ e com novidades para um melhor aproveitamento. A partir do dia 03 de outubro, quando será inaugurado um novo sistema, coordenado pela Coppe/UFRJ, os usuários poderão se deslocar gratuitamente pedalando até a região do campus onde desejam parar, ou bem próximo a seus destinos, sem a necessidade de deixar o veículo em pontos específicos, como as estações.
O novo sistema iniciará com 70 bicicletas e está estruturado para atender a todos que tenham uma matrícula na UFRJ – alunos, técnico-administrativos, pesquisadores e professores – e aos moradores da Vila Residencial.
Durante o período máximo de 1 hora por viagem, eles poderão usufruir deste veículo ambientalmente sustentável, iniciando e concluindo o deslocamento em uma das 25 regiões da Ilha do Fundão, denominadas manchas e selecionadas de forma criteriosa, por estimativa de demanda.
Para utilizar o serviço, basta baixar no smartphone o aplicativo “Integra UFRJ” e realizar o cadastro, ou mesmo atualizá-lo, no caso de quem já utilizava o serviço anterior implantado pelo Fundo Verde. O aplicativo pode ser baixado pelo Play Store, ou pelo App Store.
Para saber os locais onde há bicicletas disponíveis, bastará consultar o aplicativo. Uma vez diante da bike, como explica a pesquisadora da Coppe, Mariana Marques, o usuário deverá utilizar o próprio smartphone para desbloqueá-la, acionando um dispositivo nela instalado, e, a partir daí, sair pedalando pelas ciclovias, recentemente restauradas para o projeto.
Ao terminar o deslocamento, sempre em local pertencente a uma das manchas, o usuário estacionará e travará a bicicleta de forma manual e usará o celular para encerrar a viagem e, assim, bloquear a bicicleta automaticamente.
Mariana, aluna de mestrado do Programa de Engenharia de Produção da Coppe, alerta que é importante o usuário não esquecer de encerrar a viagem pelo aplicativo. Caso contrário, o sistema de gerenciamento considerará que ele ainda está usando o veículo e, quando o tempo de uso ultrapassar 60 minutos, o usuário será suspenso por 72 horas. Tal suspensão é a multa padrão aplicada a todos que ultrapassarem 1 hora de uso.
A pesquisadora da Coppe também aconselha que o usuário bloqueie o veículo sempre que se distanciar da bicicleta ao fazer paradas, de forma que a mesma não seja utilizada por outra pessoa.
Todos os deslocamentos serão monitorados pela equipe da Serttel que, pelo mapa do sistema de gerenciamento, terá acesso ao posicionamento de cada bicicleta, a partir do dispositivo nela instalado e que se comunica por GPS.
A atualização será a cada 30 segundos, o que auxiliará nas tomadas de decisão dos técnicos da empresa. Seja para transportar as bicicletas de uma mancha para outra quando for identificado que, por muito tempo, há quantidade excessiva na primeira e carência na segunda. Ou mesmo para fazer manutenção de uma bicicleta que tenha alguma avaria detectada, o que poderá ser realizada no local em que ela estiver parada.
O projeto avaliará também os benefícios da eliminação de estações
A partir da implantação deste sistema, duas questões consideradas importantes serão analisadas pela equipe de pesquisadores. A primeira questão é se o usuário de carro particular migrará para o transporte coletivo, a exemplo de ônibus, para se deslocar à Cidade Universitária, já que as bicicletas serão mais uma opção para que cheguem ao destino final dentro do campus e também facilitará o deslocamento interno.
Já a segunda é a performance diante do sistema tradicional que utiliza docas (estações). Nesta questão será levado em conta aspectos como os custos de infraestrutura, veículo, operação e manutenção; e o nível de serviço oferecido, envolvendo a disponibilidade das bicicletas, acessibilidade, flexibilidade e segurança.
Para avaliar a performance deste sistema em relação ao tradicional os pesquisadores estimarão a redução de consumo de energia e as emissões evitadas de CO2 e de alguns poluentes atmosféricos. Nos estudos ainda levarão em conta a utilidade das bicicletas na potencialização de mobilidade, além do impacto social.
A iniciativa faz parte do projeto “Ampliando o alcance da mobilidade ativa no laboratório vivo da Cidade Universitária da UFRJ”, que tem como coordenadores os professores do Programa de Engenharia de Transportes da Coppe, Marcio D’Agosto e Suzana Kahn, também coordenadora do Fundo Verde/UFRJ; e o professor do Programa de Engenharia de Produção da Coppe, Lino Marujo; e conta com a participação de quatro pesquisadores, financiamento da Faperj e apoio da Prefeitura Universitária e do Fundo Verde. As bicicletas e o software de gerenciamento do sistema são fornecidos pela empresa Serttel - Soluções em Mobilidade e Segurança Urbana.
Fonte: UFRJ