O Boulevard Olímpico, no Porto do Rio, transformou-se em uma verdadeira Torre de Babel durante a realização do Aliança Global Festival.
A cada passo, a diversidade de línguas e sotaques se faz presente, com visitantes de todo o mundo compartilhando o mesmo espaço, mas com histórias e culturas distintas.
O evento, que reúne mais de 40 mil pessoas, sendo cerca de 10% vindas do exterior, se tornou um ponto de convergência para aqueles que buscam dialogar sobre temas cruciais como a justiça social, a preservação do meio ambiente e os direitos humanos.
Em meio à grande massa de pessoas, é fácil identificar quem vem de fora: muitos carregam com orgulho as bandeiras de seus países, exibindo-as no pescoço, nas mochilas ou até mesmo nas roupas.
A animação é palpável, e o clima de troca de experiências e aprendizado mútuo é contagiante. Não importa a língua falada, a disposição de cada um para ouvir o outro é o que mais se destaca.
A proposta do evento, além dos shows e da festividade, é exatamente essa: promover um ambiente de colaboração e intercâmbio de ideias para construir um futuro melhor para todos.
Nos armazéns do Píer Mauá, Armazém da Utopia e no do mural de Kobra, acontecem debates, palestras e bate-papos com representantes do Brasil e do exterior.
São espaços vibrantes de reflexão sobre o papel das sociedades na luta contra a fome, a pobreza e a degradação ambiental. No calçadão ajardinado, feiras criativas apresentam estandes de produtores locais e barracas de alimentação, oferecendo uma diversidade de sabores e produtos.
Enquanto isso, na Praça Mauá, grandes shows de artistas renomados no Brasil são o grande atrativo, com música pulsante que embala os visitantes e cria uma atmosfera única de celebração.
Mas entre tantas nacionalidades e histórias, surgem personagens que traduzem de forma inusitada a energia do festival:
Fernando, um argentino de Buenos Aires, está no evento com um grupo de amigos, mas mal consegue conter a frustração que sente com a política de seu país. "Você viu o que o Milei está fazendo? Ele acha que pode resolver tudo com privatizações e corte de direitos! Aqui no Brasil, pelo menos, as coisas parecem estar indo na direção certa", desabafa, balançando uma bandeira argentina enquanto observa o mar de gente. Ele ama o Brasil, mas a crise política em sua terra natal o deixa perplexo. "Eu sou argentino, mas, ao ver o que o Brasil está fazendo para lidar com suas questões sociais e ambientais, fico impressionado. Nós precisamos de mais política de integração e solidariedade e menos radicalismo!"
Raj é um jovem indiano que mora em São Paulo com sua esposa brasileira, Camila. Ele se encanta com a diversidade do festival e a conexão entre culturas. "A troca de experiências aqui é maravilhosa. No meu país, temos uma grande diversidade também, mas o Brasil tem algo especial. Minha esposa me fala tanto da riqueza cultural do Rio, e agora estou vendo com meus próprios olhos", diz, observando as danças e os sabores tropicais. "Aqui, as diferenças são celebradas de forma única. No meu país, muitas vezes somos mais focados nas diferenças religiosas, e vejo no Brasil uma leveza e uma energia que, na Índia, são mais raras." Raj conta que, por mais que ame o Rio, ainda sente falta da comida indiana, mas se rende aos pratos brasileiros. "O feijão com arroz aqui é praticamente um sistema religioso!", diz, sorrindo.
Éric, um francês de Paris, chegou ao Rio de Janeiro há uma semana e está completamente encantado. "Eu nunca imaginei que a cidade fosse tão vibrante, tão cheia de vida. O Rio é um caldeirão de emoções, e o festival aqui no Boulevard Olímpico é a expressão máxima disso", afirma, com os olhos brilhando enquanto observa o cenário de samba e música ao vivo. "Paris tem sua beleza, claro, mas o Rio... ah, o Rio tem algo que toca a alma. A mistura de natureza, arte e música é algo único. Eu fiquei completamente fascinado." Ele não perde a oportunidade de posar para fotos em frente ao mural de Kobra e não consegue esconder seu entusiasmo. "Aqui, tudo é grande, tudo é intenso. Até o calor parece ter mais energia!", diz, com o sotaque inconfundível. Éric elogia o evento e diz que parece com a Fête de L´Humanité, em Paris que acontece anualmente num parque nos arredores da capital francesa.
O Aliança Global Festival tornou-se um ponto de encontro para não só discutir questões importantes, mas também para celebrar as culturas e experiências de todos os participantes.
Com tantas nacionalidades e perspectivas, o evento reflete, de maneira vibrante e multifacetada, a ideia de que a diversidade é a chave para o fortalecimento das relações humanas e para a construção de soluções globais.
Destaques da Programação:
Quinta-feira, 14 de novembro:
Abertura: Baile Black Bom
Shows:
Afrocidade
Aguidavi do Jêje
Daniela Mercury
Diogo Nogueira
Ilessi
Larissa Luz
Mateus Aleluia
Rachel Reis
Rita Benneditto
Roberto Mendes
Seu Jorge
Encerramento: Baile Black Bom
Sexta-feira, 15 de novembro:
Abertura: Baile Black Bom
Shows:
Marcelle Mota
Maria Rita
Mariene de Castro
Pretinho da Serrinha
Roberta Sá
Teresa Cristina
Zeca Pagodinho
Encerramento: Baile Black Bom
Sábado, 16 de novembro:
Abertura: Baile Black Bom
Shows:
Alceu Valença
Fafá de Belém
Jaloo
Jota.Pê
Jovem Dionísio
Kleber Lucas
Lukinhas
Maria Gadú
Ney Matogrosso
Romero Ferro
Tássia Reis
Encerramento: Baile Black Bom
Além dos shows, o evento conta com a Feira Junta Local, com barracas de produtores criativos, e atividades paralelas como o G-20 Social, que terá debates, palestras, feiras e mais, atraindo participantes de todo o Brasil e do exterior.
A entrada é gratuita, e os ingressos podem ser adquiridos no site do evento. Será uma grande celebração da música, da cultura e da solidariedade!