Com o tombamento garantido no âmbito municipal e estadual, a Cobal do Humaitá está salva da extinção e seus comerciantes se organizam para mudar a cara do lugar. A primeira meta é convencer a CONAB, proprietária do espaço, a fazer uma gestão compartilhada que envolva o governo do estado e os próprios comerciantes.
Com este fim, foi fundada em outubro de 2019 a Associação dos Empresários da Cobal do Humaitá com 34 estabelecimentos filiados. Para dirigir a entidade foi eleita a advogada Milene Bedran (foto), dona de dois restaurantes na Cobal e com larga experiência em advocacia corporativa.
A ideia de Bedran é ter coparticipação entre o público e o privado e fazer uma administração por investimento. “A União cede o espaço para o Estado que terceiriza para os comerciantes gerirem”, assinala. Ela destaca que mesmo a Cobal estando salva é preciso fazer investimentos. Além de aumentar a ocupação dos espaços ociosos com pequenos produtores orgânicos e artesanais, a associação promete reformar os banheiros, recuperar o telhado e “retrofitar” os espaços do complexo. Além disso, está prevista uma nova sinalização e sinal wifi.
Outra ideia é ter um calendário anual de eventos que inclua música, festas temáticas, teatro e até cinema. Entre os parceiros estão a banda Gato Preto e o escritório de advocacia Nunes e Alvise.
Inaugurada na década de 70, a Cobal do Humaitá é mais do que um mercado municipal, é um importante centro gastronômico na cidade. Lutar pela sua recuperação com recursos privados e autogestão dos comerciantes é antenado com o século XXI e um modelo a ser seguido.
Afinal, tudo o que a cidade não precisava era o prédio ser vendido e construídos edifícios no lugar. Estamos torcendo!
Texto e foto: Ricardo Rabelo