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Concessionária de pedágio exige pagamento em espécie em meio à pandemia de coronavírus
Da Redação em 24 de Março de 2020 Informar erro
Um absurdo o relato do carioca Rafael Patto que precisou pegar a estrada para buscar a mãe em Belo Horizonte para passar a quarentena com ele no Rio. Ele conta que esqueceu de retirar dinheiro no caixa eletrônico e o funcionário da concessionária CONCER, na altura de Areal, disse que só aceitavam pagamento em espécie. Ele ainda tentou pagar em débito e ele alegou que ele tinha de ir até um caixa eletrônico para retirar dinheiro.Confira o depoimento de Rafael Patto:Domingo, saí de casa às 5h da manhã para ir a BH buscar minha mãe para cumprir a quarentena aqui. Vanessa e eu consideramos que assim ela estará mais segura do que na casa dela, onde há maior circulação de pessoas.Pois bem, saí cedinho para um bate e volta desabalado de aproximadamente mil quilômetros, 12 horas de volante e a sensação esquisita de estar dentro de um pesadelo ou de um filme de ficção cienífica misturada com terror.
Tomei café com minha esposa, peguei minha CNH, um cartão de crédito, um outro de débito e fui.
Em Areal, na praça de pedágio da CONCER, me caiu a ficha: saí de casa com a cabeça tão ruim, que esqueci de levar dinheiro em espécie.
Expliquei a situação para a menina da cabine: sou um filho que está indo buscar a mãe idosa em Belo Horizonte para passar a quarentena lá em casa. Saí muito cedo, muito preocupado e esqueci de trazer dinheiro comigo.
Ela telefonou para o supervisor e me respondeu que não havia nada que pudesse ser feito, que eu retornasse e sacasse dinheiro. Repliquei que não tinha cabimento eu não poder pagar com o cartão de débito. Na situação que estamos vivendo, por causa de 11 reais e 60 centavos, eu seria obrigado a perder um tempo precioso de uma viagem para tentar salvar a vida de uma mãe idosa?
Novo telefonema e a resposta: ele já vem aqui.
Veio sem nenhuma pressa com a maquininha. Paguei e segui. Antes de me liberar, ele me disse que no próximo pedágio eu não conseguiria pagar com cartão de débito, que eu encontrasse um terminal 24 horas e sacasse o dinheiro.
Só que para fazê-lo, eu teria que sair da rodovia e circular por cidadezinhas que eu não conheço até achar um terminal 24 horas numa manhã de domingo, no meio de uma pandemia de coronavírus.
Fui direto, parando apenas nos postos de gasolina de beira de estrada e perguntando de dentro do carro: tem caixa eletrônico aqui? A resposta era sempre não. No pedágio seguinte, ao parar na cabine, expliquei tudo de novo, inclusive o contratempo no pedágio anterior e a advertência do supervisor, de que eu deveria sacar dinheiro, e que eu descumpri. Outro telefonema e de novo: não podemos fazer nada pelo senhor.
Mostrei o cartão e falei: eu quero pagar, só não tenho o dinheiro vivo. Podem cobrar uma taxa extra. Nada feito. Apelei à menina que parecia sensibilizada com a minha aflição: paga pra mim e na volta eu te devolvo. Ela disse que não tinha dinheiro. Pedi que me liberasse e na volta eu pagaria duas. Não pôde. Nenhum carro atrás de mim para eu pedir ajuda... Meu último recurso foi avançar contra a cancela e ficar remoendo essa situação: em meio a uma crise sanitária, em que estamos todos apreensivos, com urgências tão mais importantes do que a porra de 11 reais de um pedágio, e uma concessionária desgraçada chamada CONCER se recusa a RECEBER o pagamento por meio de cartão de débito, mesmo em tempos de exceção como estes que estamos vivendo e enfrentando.
Nem sei que nome dar a isso.
(Em Juiz de Fora, consegui enfim sacar o dinheiro para os demais pedágios e para a volta)
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