A Secretaria Municipal de Meio Ambiente iniciou o reflorestamento da encosta da Avenida Niemeyer, no trecho que sofreu deslizamento de terra em abril de 2019 devido às fortes chuvas. No total, serão 18.110 mudas de espécies nativas da Mata Atlântica, entre árvores e capim, que vão restaurar a parte afetada.
A medida é fundamental para garantir a cobertura florestal na área, além de agir preventivamente para evitar novos deslizamentos.
Toda a mão de obra usada pela Prefeitura é de trabalhadores da comunidade local, o Vidigal. Responsável pela coordenação da obra, a paisagista Sara Botelho, também moradora do Vidigal, ressaltou a importância do trabalho para a comunidade, já que muitos estavam desempregados.
– Em tempos de pandemia, nossa comunidade saiu fortalecida por conta desse medida, que ajudou as famílias desses operários. Mais pra frente, vamos olhar para a encosta e dizer aos nossos netos e bisnetos que fizemos parte dessa reconstrução. Esse é o legado que queremos deixar – reforçou.
Uma das espécies está sendo plantada na encosta é o capim Vetiver, considerado eficiente na contenção por possuir raízes que penetram por mais de cinco metros no solo. A parte superior da encosta, uma área de mil metros quadrados, será coberta com 8 mil mudas desse tipo. Lá, os técnicos construíram uma canaleta com sacos de terra, onde serão plantadas outras 520 mudas de capim. Essa estratégia vai diminuir a velocidade da água das chuvas, desviando a enxurrada e reduzindo a erosão e danos ao solo.
O reflorestamento foi planejado para ser executado em três áreas distintas. Além da parte superior, onde predomina o capim Vetiver, na área intermediária, de cima para baixo, serão plantadas outras 5 mil mudas de árvores de pequeno e grande portes. Para esta área foram escolhidas Aroeira, Jurema, Araçá, Ingá, Cafezinho, Canudo de Pito, Aleluia, Goiabeira, entre outras.
Vidigal: o morro mais cult do Rio com vista estonteante
Nos acessos internos formados por duas rampas de 60 metros de comprimento, serão plantadas 3.840 mudas de capim para facilitar o acesso dos trabalhadores na manutenção da área no futuro. Na parte inferior, próxima à pista da Avenida Niemeyer, onde a GeoRio construiu barreiras de concreto, serão plantadas 750 mudas de árvores de grande porte.
O reflorestamento da encosta levará dois anos para ser concluído e o investimento de R$ 360 mil será pago pelo cumprimento de medidas compensatórias – o pagamento de penalidades impostas a empresas que causaram algum dano ao meio ambiente -, sem ônus para a Prefeitura do Rio.
Esta é a última etapa da intervenção da Prefeitura feita pela GeoRio e pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação para a estabilização do local. Foram alocados mais de R$ 34 milhões em 56 intervenções ao longo da avenida para o restabelecimento do sistema de drenagem, eliminação de vazamento de esgoto e a instalação de muros de contraforte e cortinas atirantadas.
Segurança na Niemeyer
Depois do grande deslizamento de terras, em abril de 2019, a Prefeitura do Rio por meio da GeoRio e da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação promoveu várias intervenções na Niemeyer. Além das obras de estabilização da encosta, foram demolidas 34 casas em situação de risco e 34 famílias passaram a receber aluguel social. Outras 17 construções ainda serão demolidas.
Ligação entre os bairros de São Conrado e Leblon, na Zona Sul, a Avenida Niemeyer faz parte do eixo que vai da Zona Oeste ao Centro da cidade por onde circulam diariamente 36 mil veículos por dia. As intervenções com obras na via garantem a segurança para o tráfego de veículos, pedestres e moradores.
Desde janeiro a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação criou a Comissão de Monitoramento e Avaliação de Encostas da Avenida Niemeyer com a missão de atuar de forma preventiva. Em caso de chuvas de 38 milímetros em uma hora, com ventos de até 70 km/hora, a via será fechada ao tráfego.
Este índice está bem abaixo dos 110 milímetros de chuva por hora e ventos de 130k/hora que a via suporta.
Fonte: Prefeitura do Rio