O Rio de Janeiro possui construções abandonadas que muitos cariocas nunca ouviram falar. Entre elas, uma tradicional casa de espetáculos que marcou época no Rio, uma estação ferroviária (foto), uma universidade na Zona Norte, o Forte da Laje, numa ilha em frente ao Pão de Açúcar, desativado há mais de 20 anos, uma segunda estação do metrô na Carioca e um hotel de luxo em São Conrado que nunca foram inaugurados. E ainda um hospital no Catete e nada menos do que 22 estações do BRT entregues ao abandono. Confira esta incrível matéria da Agenda Bafafá!
Estação Leopoldina
Desativada desde 2002, a Estação da Leopoldina degrada a olhos vistos. O edifício principal pertence à Superintendência de Patrimônio da União (SPU) e ao governo do estado. Já as estações de trem, na parte de trás, são da SuperVia, empresa responsável pelos trens urbanos do Rio. Construída em 1926, a estação está toda pichada e com rebocos caindo em várias partes. Apesar da tentativa de recuperar o prédio para virar um centro cultural, nada saiu do papel.
Canecão
Foi originalmente concebida como uma grande cervejaria, daí o nome "Canecão" (aumentativo de uma "caneca grande") e inaugurado em 1967. Era a principal casa de espetáculos de médio e grande porte no Rio de Janeiro. Uma safra importante de músicos começou a carreira lá. Como o terreno pertence à UFRJ, a universidade pediu a reintegração e o espaço fechou em 2010. Mas, brevemente, a estrutura será demolida para dar vez ao projeto VivaUFRJ que prevê a transformação do lugar num espaço multiuso para 1.500 pessoas.
Universidade Gama Filho
O prédio da antiga Universidade Gama Filho, na Piedade, é também a marca do abandono e do desleixo. Fechada em 2014 pelo Ministério da Educação, o lugar lembra um cenário apocalíptico com documentos, equipamentos, livros e móveis abandonados. Janelas, portas, instalações elétricas e hidráulicas foram roubadas e o lugar.
Forte da Laje
Construído em 1770, remodelado em 1892 e desativado em 1997, o Forte da Laje ocupa uma pequena ilhota do tamanho de um campo de futebol em frente ao Pão de Açúcar, na entrada da Baía da Guanabara. Durante mais de 200 anos serviu como principal defesa da cidade equipada com potentes canhões e artilharia. O local serviu também de prisão tendo abrigado, entre outros, nomes como Olavo Bilac e Bento Gonçalves. O lugar hoje está completamente em ruínas. Existe até um projeto de transformar o local num sofisticado restaurante, mas que nunca saiu do papel.
Estação da Carioca
Pouca gente sabe, mas existem duas estações na Carioca. O segundo trecho, Estácio-Praça XV, previsto desde 1968, teria quatro estações, 3,7 km de extensão e poderia transportar 400 mil passageiros por dia. A estação foi construída, mas nunca finalizada. Até hoje encontra-se objetos da obra como entulhos, latas de tinta e sacos de cimento. O acesso é por uma pequena porta num canto da estação, no sentido Zona Sul.
Esqueleto Gávea Tourist Hotel
O início da construção do que seria um hotel de luxo em São Conrado aconteceu em 1953, no meio da floresta, mas nunca foi concluída. O hotel teria mais de 600 quartos e uma vista incrível do mar e da Pedra da Gávea. Com o abandono, o lugar foi ocupado por mendigos e drogados. Ainda assim, o esqueleto passou a ser usado para rapel e ensaios fotográficos. Recentemente, o espólio da construtora contratou seguranças e o acesso não é mais permitido.
Estações do BRT
São pelo menos 22 estações do BRT desativadas. O moderno sistema de transporte com ônibus articulados, inaugurado na gestão Eduardo Paes, não resistiu ao vandalismo. Entre as estações desativadas estão Otaviano, Cesarão 3, Prefeito Alim Pedro, Vila Paciência, 31 de Outubro. Não há ainda previsão da recuperação e reativação das estações.
Casa de Saúde São Sebastião
A antiga Casa de Saúde São Sebastião, no Catete, é o retrato do abandono. Desativada há mais de 20 anos, o local ainda guarda sobras de material e equipamentos hospitalares. Em 2015, parte do prédio pegou fogo. O lugar abriga um estacionamento. O edifício tem escadarias em madeira, vitrais e acabamentos centenários.