No dia 30 de outubro, a Marcopolo, maior fabricante de ônibus do país, fechará as portas de sua unidade em Xerém, distrito de Duque de Caxias.
Com a transferência das linhas para Caxias do Sul (RS) e São Mateus (ES), encerra-se a produção de veículos nas instalações da antiga Fábrica Nacional de Motores — a mesma FNM criada por Getúlio Vargas nos anos 40 para servir como modelo de desenvolvimento para o país.
Há dois meses, o maquinário de Xerém começou a ser levado para as outras fábricas da Marcopolo, e a mudança será concluída até a semana que vem. A maioria dos 800 empregados será demitida e os restantes serão remanejados para São Mateus.
É o fim melancólico de uma unidade que, em 2014, produzia 25 veículos por dia e estava em vias de se tornar “a maior fábrica de ônibus urbanos do mundo”. Houve tempo em que o lucro de Xerém bancava os prejuízos dados pelas fábricas da Marcopolo na Rússia e em Portugal.
Efeito coronavírus
O que mais pesou para o fechamento, segundo a Marcopolo, foi a queda de demanda por ônibus em razão da pandemia.
“Em função dessa queda, sem data ou previsão de retomada em curto prazo, a Marcopolo decidiu pelo fechamento da unidade e a transferência das linhas de produção para as suas outras plantas em Caxias do Sul e São Mateus, para otimização das operações, redução de custos, maior eficiência e produtividade”, diz a assessoria de comunicação da empresa.
No primeiro semestre, o lucro líquido da Marcopolo desabou 89,8%, para R$ 12 milhões, em razão do tombo nas vendas. Entre abril e junho, a produção do grupo no Brasil caiu 45,7%, frente ao mesmo período de 2019.
Xerém foi, até o fim, a principal unidade de fabricação de carrocerias de ônibus urbanos da Marcopolo. Nos oito primeiros meses de 2020, produziu 2.201 ônibus, do total de 5.875 unidades fabricadas pela empresa no Brasil.
Destacava-se pela localização no pé da Serra de Petrópolis, com fácil acesso a Rio, Minas Gerais e São Paulo. Além disso, está a apenas 170km da fábrica da VW Caminhões e Ônibus, principal fornecedora de chassis.
Fonte: O Globo
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