MAIS COISAS >> Jornal Bafafá

  • Quarentena obrigatória evita explosão do Coronavírus na Argentina

    Da Redação em 04 de Abril de 2020    Informar erro
    Quarentena obrigatória evita explosão do Coronavírus na Argentina

    Em quarentena total desde 20 de março, a Argentina alcançou feitos notáveis no enfrentamento ao coronavírus, tendo conseguido achatar o crescimento da curva de infectados e mantendo, até agora, o seu sistema de saúde a salvo do colapso. São 1.265 casos confirmados no país, com 40 mortes. As medidas rigorosas do presidente Alberto Fernández, sobretudo o confinamento obrigatório, são apoiadas por médicos argentinos.  
     
    — Estamos em situação muito melhor do que outros países. Isso é reflexo das medidas drásticas. Tivemos ações rápidas e isso ajudou a achatar a curva de infectados. Se espera que o pico ocorra aqui em meados de maio. No momento, o sistema sanitário opera em sua capacidade normal, sem sobrecarga. Estamos preparados para não colapsarmos o sistema. É a forma para que mais pessoas possam sobreviver — analisa Diego Glasbauer, médico de Buenos Aires que atua na pandemia devido a sua especialização no tratamento de pessoas com incapacidades físicas e mentais, consideradas do grupo de risco.
     
    Saídas de argentinos às ruas somente são permitidas para comprar alimentos, remédios ou sacar dinheiro. O transporte público está ativo apenas para profissionais de atividades consideradas essenciais, como trabalhadores das áreas da saúde e da alimentação. Forças policiais foram mobilizadas para fiscalizar o cumprimento das normas, que se estendem por todo o território argentino. Nas periferias das grandes cidades, o Exército está distribuindo gêneros alimentares para tentar conter movimentação de pessoas que precisam trabalhar diariamente para reunir o dinheiro da comida.
     
    — As ruas estão vazias e os mercados com muita fila. As pessoas estão assustadas, assim como a gente. O mais triste disso é estar longe da família, obviamente não podemos voltar ao Brasil. Os treinamentos foram cancelados e temos de ficar em casa — relata o ex-jogador do Inter Guilherme Parede, atualmente no Talleres, de Córdoba.
     
    A decisão de radicalizar no enfrentamento à pandemia levou algumas cidades à paralisia total. Na pequena El Calafate, na região da Patagônia, a economia é amplamente baseada no turismo. Com as fronteiras cerradas e diante de uma crise internacional, não há visitantes. As belezas naturais de gelo do extremo sul argentino não estão sendo contempladas por ninguém: o Parque Nacional Los Glaciares foi fechado.
     
    — Tenho uma pequena pousada que está parada em El Calafate. Não há parque, voos ou ônibus. Cerca de 80% dos nossos turistas são estrangeiros. No início, o governo nos contatou porque queria saber onde havia europeus e asiáticos hospedados.
     
    Nas pousadas e hotéis onde havia gente dessas nacionalidades, foi estabelecido um controle, eles foram isolados nos quartos, não podiam sair, e com frequência tiravam a temperatura e checavam se havia sintomas — conta o empresário Jorge Wojda, que descreve um cenário de economia totalmente paralisada em El Calafate.
     
    O tema das finanças preocupa na Argentina, que já passava por dificuldades severas antes mesmo da pandemia. Nesta sexta-feira (3), o governo ampliou as atividades que podem funcionar durante a quarentena total como forma de reduzir o impacto econômico. Foram autorizadas a abrir lojas de material de construção, serrarias e curtumes. A produção florestal e a mineração também receberam sinal verde para operar.
     
    A retomada gradual de atividades, embora ainda seja tímida, causou alvoroço e tensão nesta sexta-feira na Argentina. Os bancos, que estavam fechados, foram autorizados a abrir as portas. As agências ficaram lotadas e longas filas se formaram, sobretudo de idosos que correram para sacar valores de pensões e de benefícios sociais. Muitas aglomerações foram flagradas, gerando críticas sobre as possíveis consequências daquilo que está sendo chamado de "o dia em que a Argentina quebrou a quarentena".
     
    Apesar de ter liberado o retorno de algumas atividades, Fernández não dá sinais de que pretende afrouxar as medidas rigorosas determinadas por ele. O presidente, que completou 61 anos nesta quinta-feira (2), publicou um vídeo nas redes sociais em que agradeceu as mensagens de felicitação e manteve os pedidos para que as pessoas não saiam de casa.
     
    — Não são os melhores momentos e cabe a nós viver isso, mas é necessário passar. E vamos passar juntos, unidos. Só peço a vocês que querem me dar um grande presente: que sigam se cuidando, que sigam ficando em suas casas. Esse é o único método que temos para combater esse vírus — disse Fernández.
     
    No Twitter, ele também respondeu uma mensagem de aniversário do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. O texto do argentino foi finalizado com a frase "querido companheiro, a você e a mim nada importa mais do que cuidar da vida da nossa gente".
     
    Fernández criticou recentemente o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, por se opor às medidas drásticas de isolamento. Para ele, há países que "não entenderam a gravidade do problema".
     
    — As declarações e ações de Bolsonaro levam a pensar que o país pode entrar numa mesma espiral que a Itália — disse Fernández, que aumentou os gastos públicos durante a pandemia.
     
    Alvo de críticas, panelaços e buzinaços de empresários, o peronista proibiu, via decreto, as empresas privadas de demitirem funcionários pelos próximos 60 dias. Em atrito com o setor produtivo, ele criou um fundo de garantia para facilitar empréstimos a micro, pequenas e médias empresas. Na esteira da quarentena, determinou pagamentos de benefícios a trabalhadores informais que estão parados e adicionais de salário para profissionais de saúde e segurança.
     
    Fonte: Gauchazh
     
     


    • MAIS COISAS QUE PODEM TE INTERESSAR

      Volta Redonda ganha o primeiro planetário da Região Sul Fluminense
      Saiba Mais
      Duplicação da subida da Serra das Araras vai gerar 5 mil empregos
      Saiba Mais
      Hotel Inglês sofre com o abandono e invasão de moradores de rua
      Saiba Mais


    • COMENTE AQUI

      código captcha

      O QUE ANDAM FALANDO DISSO:


      • Seja o primeiro a comentar este post

DIVULGAÇÃO