Totalmente restaurados, foi entregue à cidade os Arcos da Lapa. O monumento, que não recebia manutenção há mais de cinco anos, passou por raspagem, limpeza e caiação, recuperando o tom intenso de branco que lhe é característico.
O serviço, orçado em cerca de R$ 1,3 milhão, durou cerca de seis meses e teve a supervisão da Gerência de Monumentos e Chafarizes, vinculada à Conservação.
As equipes começaram retirando as pichações espalhadas em vários pontos do monumento, bem como removendo o limo que se formou em alguns trechos da superfície, por conta da umidade provocada pelas chuvas.
Durante as obras, foram contratados alpinistas industriais, que ficaram pendurados a mais de 17 metros do chão para alcançar a parte superior da estrutura nos pontos em que os andaimes não podiam ser montados, fazendo decapagem com espátula e escova de aço. Na sequência, foi aplicada a massa e feita a caiação das extremidades.
A revitalização dos Arcos da Lapa foi executada de cima para baixo, sempre em duas faces ao mesmo tempo. A parte mais perto do chão, até dois metros de altura, ficou para o fim. Já a cor dos Arcos não veio de tinta, mas sim de cal virgem.
Os especialistas explicam que a cal permite que o monumento respire e não se deteriore por trás da pintura. Além disso, a caiação é a mesma técnica utilizada na época da construção do antigo aqueduto, que, por ser tombado, precisa ter suas características originais preservadas.
E o trabalho não se concentrou apenas nas alturas: a área ao redor dos Arcos da Lapa, como o pavimento da Praça Cardeal Câmara, o trecho da Ladeira de Santa Teresa próximo ao monumento e o passeio em pedras portuguesas do entorno, também foi recuperada pela Conservação.
Além disso, os dois painéis do artista Selarón passaram por manutenção, com pichações removidas.
Para a secretária de Conservação, Anna Laura Secco, é motivo de orgulho devolver à cidade os Arcos totalmente renovados. “Trabalhamos em um bem tombado, que é muito amado pelos cariocas e um dos monumentos mais visitados por turistas do mundo inteiro. Fizemos o serviço com muito carinho, prestando atenção aos mínimos detalhes para que os Arcos recuperassem sua beleza”, afirma ela. “Preservar nossos monumentos é zelar pela nossa história. Pedimos que a população colabore, nos ajudando a manter os Arcos preservados”, acrescenta Anna Laura.
História
Inaugurado em 1750, o Aqueduto da Carioca, atualmente chamado de Arcos da Lapa, é a maior obra de engenharia no Brasil no século XVIII. Sua construção, em estilo romano, é feita em pedra e cal, medindo cerca de 270 metros de comprimento e 18 metros de altura, distribuídos em 42 arcos plenos, com aberturas circulares entre eles na parte superior.
Erguidos para trazer a água das nascentes do Rio Carioca até o chafariz do Largo da Carioca, a fim de abastecer a população da cidade, os Arcos da Lapa tiveram a primeira estrutura feita com canos de ferro, mas logo trocada por pedra e cal, para evitar a corrosão. Desde 1896, o antigo aqueduto serve como via para o bondinho de Santa Teresa.
Fonte e foto: Prefeitura do Rio