A viagem de Isadora Duncan ao Rio em agosto de 1915 deixaria um rastro na história da então pacata capital do Brasil. A bailarina americana, precursora da dança moderna, então com 38 anos e famosa no mundo inteiro, foi ciceroneada nada menos do que por João do Rio, o jornalista mais badalado da época.
Conversavam em várias línguas e não se desgrudavam. Segundo o escritor e jornalista Ruy Castro, Isadora foi a primeira mulher a ficar nua, no Arpoador, em Ipanema. "Ela procurava praias desertas e bravias onde pudesse exercitar seu corpo nu, em números de dança sob a música das ondas", diz Ruy, no livro "Ela é Carioca".
Duncan teria tirado a roupa também na Cascatinha da Tijuca, sempre ao lado de João do Rio. Em suas memórias, Isadora escreveu: "O poeta João do Rio, muito querido pela mocidade do Rio, onde aliás todos parecem poetas. Quando passeávamos, éramos seguidos pela rapaziada que gritava: 'Viva Isadora!', 'Viva João do Rio!'''.
Em suas memórias ela diz que viveu uma grande paixão no Rio, mas não revelou o nome. O certo é que Duncan pregava o amor livre e teve inúmeros relacionamentos.
A bailarina teve um fim trágico, no dia 14 de setembro de 1927, aos 50 anos. Saindo para um passeio de carro à noite, após uma festa, morreu enforcada em seu próprio xale que se prendera na roda da Buggatti em que era passageira na cidade francesa de Nice.