A Casa da Gávea, residência oficial do prefeito do Rio no Alto da Boa Vista, teve suas origens no século XIX quando foi dividida uma das fazendas de café da área. Adquirida em 1916 pela então Prefeitura do Distrito Federal, a propriedade foi utilizada por presidentes da República e prefeitos.
Nas décadas de 1940 e 1950, com a abertura de estradas que facilitaram o acesso, a região despontou como endereço de chácaras de elite e o casarão tornou-se reduto de fim de semana do poder.
Na década de 1960, Harry Stone, o "embaixador" de Hollywood no Brasil, fazia lobby para o cinema americano promovendo seletas pré-estreias para políticos e pessoas influentes. Um dos endereços preferidos para essas sessões era justamente a Gávea Pequena, na época usada por Negrão de Lima, governador da Guanabara. Vinte anos antes, Getúlio Vargas já ocupava o casarão para encontros com políticos e amigos íntimos, como a vedete Virgínia Lane.
O casarão em estilo chalé romântico tem decoração austera, sendo o máximo de ostentação um quadro de Di Cavalcanti de 1961 que decora a sala de jantar para dezesseis pessoas sentadas e um piano de cauda francês da marca Pleyel.
A casa tem oito quartos, sala de cinema, sala de estar com lareira, sala de jogos e sauna. A construção é cercada por jardins de Roberto Burle Marx, tem piscina, quadra de tênis, campo de futebol, casa na árvore para as crianças, cachoeira, capela, horta e uma imensa criação de patos, marrecos, galinhas exóticas, coelhos e pavões.
A propriedade inclui, ainda, 131 000 metros quadrados de Mata Atlântica. O local é bastante arborizado e possui muitos animais selvagens como tatus, mico-estrelas, gambás e teius.
Depois que virou residência oficial da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro (após o fim do regime militar em 1985), os únicos prefeitos que não moraram na Gávea Pequena foram Luiz Paulo Conde e Marcelo Crivella.