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• Os rios escondidos sob o asfalto no Rio de Janeiro

  Da Redação em 06 de Abril de 2022    Informar erro
  
  
  
  O Rio de Janeiro foi literalmente construído sobre mangues, lagoas e rios. Pouca gente sabe que foram canalizados pelo menos 22 rios para chegar ao formato atual de nossa cidade. Eles muitas vezes fluem sob os nossos pés sem que tenhamos conhecimento.
   
  Entre eles está o Rio Berquó (foto) que nasce com água límpida, na Rua Viúva Lacerda, no Humaitá e desaparece no asfalto e no cimento rumo ao Cemitério São João Batista, em Botafogo, onde literalmente passa sob as tumbas.
   
  O nome do rio é oriundo da Chácara Berquó que existia no século XIX no lugar onde é hoje o cemitério. Apenas os funcionários conhecem os acessos, literalmente entre as sepulturas. 
   
  Depois de passar sob o cemitério São João Batista, ele segue solitário e escondido até a Praia de Botafogo, repleto de esgoto e lixo que é despejado na enseada. 
   
  Talvez o mais famoso seja o Rio Carioca que foi canalizado na administração Pereira Passos no começo do século passado. Ele nasce na Serra do Corcovado e a partir do Cosme Velho desce poluído em galerias sob a Rua das Laranjeiras até a Praia do Flamengo. Curiosamente, nos primórdios da ocupação urbana do Rio, ele era o principal fornecedor de água limpa da cidade.
   
  O Rio Comprido foi canalizado por Paulo de Frontin e ironicamente ganhou seu nome. O rio corre num canal central de cinco metros na famosa Av. Paulo de Frontin, sob o viaduto do mesmo nome.
   
  Outro que foi parciamente coberto pelo asfalto é o Rio Maracanã, na gestão do prefeito Carlos Sampaio. Um trecho de mais de três quilômetros desapareceu.
   
  Nos limites da Quinta da Boa Vista, o Rio Joana foi canalizado com uma galeria retangular sob o asfalto.
   
  Em Higienópolis e Bonsucesso, o Rio Faria foi retificado numa extensão de 1,2 km com a construção de grandes galerias subterrâneas.
   
  O Rio Acarí é outro que teve parte do trajeto coberto, além do Rio das Tintas, em Bangu. 
   
  Ambos seguem a sua sina de ter sucumbido ao progresso descontrolado. E de despejar suas águas na maltratada Baía de Guanabara.
  
  
  

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    O QUE ANDAM FALANDO DISSO:

    
    

    Pedro Paulo Bon Barbosa:
    
    Eu me lembro do Rio Trapicheiros ...
    
    
    Marcelo Jorge:
    
    O rio Faria não passa em Higienópolis e Bonsucesso, em Higienópolis ele se junta ao rio Timbó e segue até Bonsucesso como rio FARIA-TIMBÓ.