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  • Rio foi a segunda cidade do mundo a ter esgotos sanitários e pluviais

    Da Redação em 14 de Maio de 2022    Informar erro
    Rio foi a segunda cidade do mundo a ter esgotos sanitários e pluviais

    Ao iniciar-se o século XIX, as condições sanitárias do Rio de Janeiro eram muito precárias. Em 1864, a Cidade foi a segunda do mundo, como Capital (depois de Londres), a possuir serviços de esgotos sanitários e pluviais que viriam a se constituir em uma das mais importantes obras públicas realizadas no reinado de D. Pedro II.
     
    Decidido a construir esses serviços que eram reclamados com veemência há longo tempo, por autoridades sanitárias e pela própria opinião pública, o Imperador D. Pedro II mandou estudar o projeto  na Inglaterra.
     
    A Lei 719/1853 autorizou o Governo a contratar os serviços com John Frederic Russel e seu sócio, Joaquim Pereira Vianna de Lima Júnior, para fazer “o serviço da limpeza das casas e do esgoto das águas pluviais”, com prazo de duração de 90 anos. 
     
    A área a esgotar foi dividida em três Distritos, o da Glória (3º), o da Gamboa (2º) e o do Arsenal (1º).
     
    Como o local escolhido para o 3.0 Distrito, o da Glória, onde hoje se encontra a sede da SEAERJ, ainda não existia, em fins de 1863, o Rei autorizou aterrar o mar, para “criar” o terreno necessário às obras projetadas em frente ao Outeiro da Glória.
     
    Foi no Distrito da Glória que as obras começaram, sendo construído, entre outros, um prédio de 2 pavimentos, em alvenaria de pedra, que tinha uma “Casa de Machinas” no térreo e uma “Estação de Tratamento”, no 2º pavimento.
     
    O esgoto era tratado e levado mar adentro por barcos. Foi um melhoramento que colocou o Rio entre as cidades mais importantes do mundo. 
     
    A “Casa de Machinas" e a “Estação de Tratamento” da Glória atendiam a uma área de 158 Ha que abrangia Laranjeiras, Silvestre, Santa Tereza, Glória, Flamengo e Catete, acrescidos de parte da zona da Lapa, Praia de Santa Luzia e arredores, até as ruas Senador Dantas, Evaristo da Veiga, Francisco Belizário e Costa Barros.
     
    A “Casa de Machinas” foi equipada com 2 máquinas a vapor, uma de 20 Hp e a outra, de 8 Hp, com capacidade conjunta para recalcar 102 m³/h.
     
    A caldeira foi trazida para o Brasil na mesma época que as bombas, mas não há informações disponíveis sobre seu fabricante e suas características mecânicas.
     
    O equipamento foi montado em sólida base de concreto, num recinto que media 5,40m x 17,94 m, onde funcionou durante 47 anos, até 1911, quando o Governo determinou que as máquinas a vapor fossem substituídas por. bombas, acionadas por motores elétricos. 
     
    A caldeira a vapor, a chaminé de tiragem dos gases e demais acessórios foram desativados e removidos do Distrito, sendo mantidas apenas as bombas a vapor, fabricadas em 1862, pela firma inglesa James Wan & Co.
     
    Depois de desativada, em 1970, as instalações da Glória foram cedidas à SEAEG, antecessora da SEAERJ. Essas associações de classe fizeram sucessivas obras de ampliações e melhorias, a fim de atender às crescentes necessidades dos serviços a serem prestados a seus associados.
     
    A construção resiste até hoje com sua característica britânica, apesar de bastante pichada. Com a pandemia as atividades da SEAERJ estão interrompidas. Em tempos normais é possível alugar a “Casa de Machinas” para eventos e comemorações. 
     
    Fonte: SEAERJ - Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro


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      • Comentário do post IZIDORO DE HIROKI FLUMIGNAN:
        Incrível...o Rio de Janeiro tem essas histórias maravilhosas.


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