Construída no início do século XX, a Casa Rosa, em Laranjeiras, funcionou ininterruptamente como um rendez-vous de luxo até entrar em decadência nos anos 90.
Até hoje o prédio mantém detalhes de sua arquitetura original, como os azulejos portugueses na área do antigo bar, a mesa de pedra e os detalhes nos tetos e portais espalhados.
No seu auge, a clientela era gente rica, entre comerciantes, políticos e magistrados. A casa tinha um portão de emergência, localizado entre o segundo e o terceiro andares, para a clientela que não queria ser vista.
Os prostíbulos eram na maioria das vezes administrados por mulheres mais velhas - via de regra ex-prostitutas - que assumiam a liderança da casa de prostituição onde trabalharam ou abrem outra, com novas meninas.
As proxenetas, ou, mais popularmente cafetinas, as "matronas" ou "patroas" eram carinhosamente chamadas de "mãe", "mãezinha", "mãinha", "tia", "dona" etc. Quase sempre gozavam de prestígio e respeito nas comunidades onde viviam.
A casa foi tema do documentário "Pretérito Perfeito", realizado em 2008 com roteiro e direção de Gustavo Pizzi. No filme consta que o cantor Lobão perdeu a virginidade no local aos 17 anos. Uma ex-prostituta da casa, hoje com mais de 70 anos, conta que naqueles tempos a relação era basicamente conservadora. "Nessa época não tinha esse negócio de oral ou anal, era papai-mamãe mesmo", salienta.
O espaço deu vez ao agitado Centro Cultural Casa Rosa que sediou festas e shows antológicos, além de eventos, feijoadas e muito mais.
Mesmo fechado, em 2015 o local foi tombado como patrimônio cultural imaterial do estado.