Em 1970, surgia em Ipanema, na Rua Anibal de Mendonça, o restaurante Monsieur Pujol. Tendo a frente Alberico Campana, então dono da Bottle´s, outra casa de sucesso no Rio, ao lado de Miele e Ronaldo Bôscoli, o empreendimento foi um tremendo sucesso entre a "elite" da capital carioca.
Além de gastronomia refinada, o espaço abrigou "pockets shows" de artistas renomados ou ainda em ascensão como Elis Regina, Wilson Simonal, a americana Dione Warwick, o mímico francês Marcel Marceau e o estreante Ivan Lins. Consta que o então jovem pianista Stevie Wonder teria sido barrado na porta e posteriormente ter feito uma apresentação de improviso no local.
O local lançou ainda a banda de cabaret Dzi Croquettes, formada apenas por homens, com a inspiração e participação de Lennie Dale, bailarino americano que introduziu os elementos do samba ao espetáculo.
O mais curioso e inusitado de tudo é que por tràs desse nome "refinado", Monsieur Pujol era um músico "flatulista" francês, falecido em 1945, que tinha a característica de usar como instrumento os músculos abdominais que lhe permitiam emitir notas musicais expulsando os gases pelo ânus. Em bom português: produzia música peidando.
Nada convidativo associar um restaurante a alguém famoso por peidar, mas aparentemente ninguém se incomodou. "Sua música era inodora", garantia Bôscoli à época.
A casa fechou as portas em 1974. Anos depois, Alberico abria o restaurante Plataforma, no Leblon.