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Beijoqueiro, o "serial kisser" que beijou Sinatra, Roberto Carlos e até o Papa
Da Redação em 19 de Maio de 2022 Informar erro
Nascido na cidade de Gondomar, em Portugal, no ano de 1940, José Alves de Moura, o Beijoqueiro, veio para o Brasil com 17 anos para "tentar a sorte" no Rio de Janeiro, então capital do país. Trabalhou como comerciante, empresário de futebol e motorista de táxi.Moura passou grande parte da vida transitando entre hospitais psiquiátricos em consequências de uma agressão durante um assalto 1966 quando foi golpeado na cabeça.Tornou-se o "Beijoqueiro" a partir de uma apresentação do cantor Frank Sinatra no Maracanã lotado, na noite de 26 de janeiro de 1980. Ele tinha sido desafiado por amigos a subir no palco e beijar o astro Conseguiu driblar o esquema de segurança e se aproximar do cantor que, constrangido, recebeu do fã o beijo na face.Os jornais de todo o país noticiaram o ato. Moura tomou gosto pela fama e passou a frequentar eventos para se aproximar de celebridades a fim de repetir a façanha. Tornou-se aquilo que o cineasta Carlos Nader, num documentário feito em 1992, chamaria de Serial Kisser.E, como todo serial que se preze, Moura também ganhou um apelido da imprensa, o Beijoqueiro. Mas a fama também trouxe seus percalços: Moura foi demitido de seu emprego como taxista pois, segundo seu patrão, os clientes temiam que ele tentasse beijá-los. As acusações de que ele seria homossexual também fizeram com que sua primeira esposa o deixasse.Entre as "vítimas" mais famosas do Beijoqueiro estão os cantores Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Gilberto Gil, Chico Buarque, Caetano Veloso e Tony Bennett. Estão na sua lista ainda o ex-governador Leonel Brizola, a ex-primeira-damas brasileiras Sarah Kubitschek e Dona Dulce, os ex-presidentes João Figueiredo, Itamar Franco, o ex-presidente de Portugal Mário Soares, além dos jogadores de futebol Roberto Dinamite, Biro-Biro, João da Matta, Garrincha, Falcão e Zico.Ao beijar este último, foi detido e espancado por policiais. O beijo saiu caro: teve costelas e dentes quebrados. Passou por uma batelada de exames para determinar sua sanidade, que foi comprovada. Acabou libertado pelo juiz Mayrino da Costa, que declarou: "Beijar não é crime. Quem dera se todos os deliquentes do Brasil trocassem suas armas por beijos".Para a visita do Papa João Paulo II ao Brasil em 1980, as autoridades tomaram medidas para que este não fosse assediado pelo Beijoqueiro, que foi detido no Rio de Janeiro e mantido preso até que o Papa se dirigisse ao próximo destino de sua excursão por sete cidades brasileiras.José Alves seguiu para São Paulo, onde foi novamente detido. Ganhou da polícia uma passagem de volta para o Rio, mas preferiu ir para Curitiba, local da visita seguinte do Papa. É preso uma terceira vez e, de volta ao Rio, faz um apelo em praça pública.Duas horas depois, havia conseguido recolher o suficiente para pagar a passagem de avião até Manaus, destino final do Papa antes de deixar o país. Lá, conseguiu finalmente aproximar-se do sumo pontíficie, dando-lhe 17 beijos nos pés.Tantas aventuras renderam problemas: foram mais de 70 prisões e diversas partes do corpo fraturadas pela violência de seguranças.José Alves de Moura abandonou o hobby de beijar em 2009, hoje está com 82 anos de idade, e ninguém sabe seu paradeiro.Fonte: Biblioteca Nacional/WikipediaVÍDEOS
Filme Beijoqueiro dirigido por Carlos Nader
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