Antes da popularização do ar-condicionado e dos ventiladores, os cariocas enfrentavam o calor intenso do Rio de Janeiro de maneiras engenhosas.
As casas eram construídas com pé-direito alto e janelas grandes, permitindo a circulação de ar, enquanto varandas e pátios internos contribuíam para refrescar os ambientes.
O uso de roupas leves, feitas de tecidos naturais como linho e algodão, ajudava a suportar as altas temperaturas, assim como o uso de chapéus de palha para se proteger do sol.
A sombra das árvores em parques, jardins e quintais era um refúgio essencial, e as geladeiras de barro, conhecidas como moringas, mantinham a água fresca.
As pessoas ajustavam suas rotinas, evitando atividades durante as horas mais quentes e saindo apenas nas primeiras horas da manhã ou ao entardecer.
Reuniões em praças, alpendres e outros espaços abertos eram comuns durante as noites quentes, aproveitando o frescor noturno.
A conservação de alimentos era um desafio. As pessoas utilizavam métodos como a salgação e defumação para preservar carnes e peixes.
Frutas e vegetais eram consumidos rapidamente, e alimentos perecíveis como leite eram fervidos para durar um pouco mais.
Para manter os alimentos frescos, eram usadas as chamadas "geladeiras de gelo", que consistiam em caixas de madeira revestidas com metal, onde se colocavam grandes blocos de gelo vendidos por entregadores.
Esses blocos ajudavam a manter os alimentos frios por mais tempo. Além disso, era comum armazenar alimentos em despensas ou locais mais frescos da casa, como porões ou quartos voltados para o lado menos exposto ao sol.
A refrigeração começou a se popularizar no Rio de Janeiro a partir da década de 1920, com a chegada das primeiras geladeiras elétricas. O primeiro local público a ganhar refrigeração foi o Theatro Municipal do Rio que ficou pronto em 1909.
O sistema de ventilação e refrigeração foi adaptado de acordo com o que foi empregado pela casa Siemens – Schuckertwerke no Novo Theatro Municipal de Nuremberg.
A chegada da refrigeração elétrica transformou o cotidiano dos cariocas, facilitando a conservação de alimentos e proporcionando alívio do calor com o uso de geladeiras e, posteriormente, de aparelhos de ar-condicionado, que se tornaram cada vez mais comuns nas décadas seguintes.
Essas práticas faziam parte da adaptação da população ao clima quente e úmido da cidade antes do advento das modernas tecnologias de refrigeração.