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  • Di Cavalcanti, o carioca que transformou a arte brasileira e encantou o mundo

    Da Redação em 14 de Março de 2024    Informar erro
    Di Cavalcanti, o carioca que transformou a arte brasileira e encantou o mundo

    Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque Melo, mais conhecido como Di Cavalcanti, nasceu no Rio de Janeiro em 6 de setembro de 1897. Ele foi um importante pintor modernista, desenhista, ilustrador, muralista e caricaturista brasileiro. 48 anos após a sua morte, é um dos artistas mais valorizados no mundo, recentemente teve um painel vendido por R$ 20 milhões.

    A arte de Di Cavalcanti foi fundamental para diferenciar a arte brasileira de outros movimentos artísticos de sua época. Ele utilizava cores vibrantes, formas sinuosas e temas tipicamente brasileiros, como o carnaval, mulatas e elementos do tropicalismo. Algumas de suas obras mais conhecidas são "Samba", "Músicos", "Cinco Moças de Guaratinguetá", "Mangue", "Pierrete", "Pierrot", entre outras.

    Di Cavalcanti é considerado, ao lado de artistas como Anita Malfatti e Tarsila do Amaral, um dos mais importantes representantes do modernismo brasileiro. Em 1965, o Museu de Arte de São Paulo (MASP) realizou uma exposição dedicada ao artista, destacando sua relevância para a cultura visual do país.
     
    Di Cavalcanti estudou no Colégio Pio Americano e aprendeu piano com Judith Levy. Iniciou sua carreira fazendo ilustrações para a revista Fon-Fon, conhecida por sua caricatura política, charge social e pintura de gênero. Em 1916, mudou-se para São Paulo e ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, onde continuou fazendo ilustrações e começou a pintar.
     
    Durante sua estadia em São Paulo, frequentou o ateliê do impressionista George Fischer Elpons e tornou-se amigo de Mário e Oswald de Andrade, importantes figuras do modernismo brasileiro. Essa proximidade influenciou sua obra, que se destacou por suas cores vibrantes, formas sinuosas e temas brasileiros.
     
    Durante a Semana de Arte Moderna de 1922, realizada entre 11 e 18 de fevereiro, Di Cavalcanti desempenhou um papel crucial como idealizador e organizador do evento. Ele criou peças promocionais importantes, como o catálogo e o programa. Em 1923, fez sua primeira viagem à Europa, permanecendo em Paris até 1925, onde frequentou a Academia Ranson e expôs em várias cidades europeias, incluindo Londres, Berlim, Bruxelas, Amsterdã e Paris.
     
    Durante sua estadia na Europa, Di Cavalcanti teve a oportunidade de conhecer e interagir com artistas renomados, como Pablo Picasso, Fernand Léger, Henri Matisse, Erik Satie, Jean Cocteau e outros intelectuais franceses. Essa experiência teve um profundo impacto em sua obra.
     
    Ao retornar ao Brasil em 1926, Di Cavalcanti ingressou no Partido Comunista Brasileiro e continuou a fazer ilustrações. Ele fez uma segunda viagem a Paris e criou os painéis de decoração para o Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro, consolidando ainda mais sua influência e reconhecimento no cenário artístico brasileiro.
     
    Di Cavalcanti, ao retornar ao Brasil, passou a combater o abstracionismo por meio de conferências e artigos. Sua obra começou a tomar um rumo mais figurativo e socialmente engajado. Ele viajou para o Uruguai e Argentina, onde expôs em Buenos Aires e conheceu Zuília, que se tornou uma de suas modelos preferidas.
     
    Em 1946, Di Cavalcanti retornou a Paris em busca de quadros desaparecidos durante a guerra e expôs no Rio de Janeiro, na Associação Brasileira de Imprensa. Além disso, ilustrou livros de renomados autores brasileiros, como Vinícius de Morais, Álvares de Azevedo e Jorge Amado.
     
    No ano seguinte, em 1947, ele entrou em crise com Noêmia Mourão, uma personalidade artística com quem teve desentendimentos. Di Cavalcanti também participou, ao lado de Anita Malfatti e Lasar Segall, do júri de premiação de pintura do Grupo dos 19, continuando sua crítica ao abstracionismo.
     
    Em 1949, Di Cavalcanti expôs na Cidade do México, ampliando ainda mais seu alcance e reconhecimento internacional.
     
    Di Cavalcanti recebeu a indicação do presidente brasileiro João Goulart para ser adido cultural na França, mas não assumiu o cargo devido ao Golpe de 1964. Em Paris, viveu com Ivete Bahia Rocha, apelidada de Divina. Durante esse período, lançou um novo livro, "Reminiscências líricas de um perfeito carioca", e desenhou joias para Lucien Joaillier.
     
    Em 1966, seus trabalhos desaparecidos no início da década de 1940 foram localizados nos porões da embaixada brasileira. Di Cavalcanti também se candidatou a uma vaga na Academia Brasileira de Letras, mas não foi eleito. Seu cinquentenário artístico foi comemorado, destacando sua contribuição significativa para a arte brasileira.
     
    Di Cavalcanti recebeu a honra de ser feito Comendador da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal em 5 de abril de 1975. Ele faleceu no Rio de Janeiro em 26 de outubro de 1976, deixando um legado artístico marcante para a cultura brasileira.
     
    Fonte: Biblioteca Nacional/Wikipedia


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