A construção da estrada Rio-Petrópolis, inaugurada em 25 de agosto de 1928 pelo então presidente Washington Luís, representou um marco importante na infraestrutura rodoviária do Brasil.
Com uma plataforma de oito metros de largura, a estrada foi uma obra de engenharia ousada para a época, ligando a capital federal ao importante município serrano de Petrópolis.
No dia seguinte à inauguração, a estrada calçada já demonstrava seu impacto: 1.783 carros passaram por ela, criando filas tão extensas e lentas que um cronista social comparou a rodovia à movimentada Avenida Central, no Rio de Janeiro. Essa afluência massiva de veículos era um indício claro do entusiasmo popular com a nova ligação, que prometia facilitar o acesso entre a cidade do Rio de Janeiro e a região serrana.
No entanto, a nova rodovia também trouxe desafios. Apenas dois dias após a inauguração, o tráfego de numerosos caminhões começou a preocupar os motoristas, que temiam os perigos das alturas e das curvas sinuosas.
Esses primeiros dias da Rio-Petrópolis revelaram a necessidade de adaptações e melhorias, que começaram a ser implementadas três anos depois, com o revestimento dos 22 km da serra com concreto, aumentando a segurança e a durabilidade da estrada.
Um dos feitos mais impressionantes dessa fase de melhorias foram os três viadutos construídos para vencer as profundas grotas ao longo do caminho. Com ousadia, os engenheiros conduziram o concreto desfiladeiro abaixo, superando os desafios naturais e garantindo a viabilidade da estrada.
Esses viadutos não só resolveram problemas técnicos, mas também se tornaram marcos da engenharia da época, simbolizando o progresso e a determinação do Brasil em se modernizar. A Rio-Petrópolis, com sua história de superação e inovação, continua sendo uma via essencial para a conexão entre o Rio de Janeiro e a região serrana.
Hoje, a rodovia Rio-Petrópolis está obsoleta, com trechos muito sinuosos que dificultam o tráfego de cargas pesadas e a tornam vulnerável às intempéries e à constante neblina. Para piorar, a estrada não possui acostamento em vários pontos, aumentando o risco para os motoristas.
Em 2013, foi iniciada a construção de novos trechos que prometiam modernizar a estrada, encurtando distâncias com túneis e viadutos.
No entanto, acredite, a obra foi interrompida e, até hoje, não foi retomada, deixando a região à mercê de uma rodovia ultrapassada e perigosa.