Um dos primeiros exemplares de arquitetura modernista no Rio é de autoria de um ucraniano, Gregori Warchavchik (2/4/1896-27/71972), em co-autoria com Lucio Costa.
É a Vila Operária da Gamboa, na região portuária, concluída em 1933. Warchavchik deixa seu país por temor da Revolução Russa de 1917 e após périplo europeu, vem parar no Brasil, em 1923, terra promissora na época.
Judeu, é acolhido pela comunidade judaica de São Paulo e lá projeta a famosa Casa Modernista da Rua Santa Cruz, no bairro da Vila Mariana, concluída em 1928, um ano após ter se naturalizado brasileiro e casado com a paisagista Mina Klabin.
Por convite de Le Corbusier, em 1929 torna-se delegado sul-americano para o CIAM, Congresso Internacional de Arquitetura Moderna, ajudando a difundir as ideias do movimento no Brasil. Após a Revolução de 30, aceita convite de Lúcio Costa para lecionar na Academia Nacional de Belas Artes.
Juntos projetam a Casa Nordschild em Copacabana, 1931, primeira casa modernista no Rio, demolida em 1954. Logo em seguida projetam e constroem o conjunto proletário da Gamboa, 1931-33, tombado pelo município em 1986. Oscar Niemeyer foi desenhista no escritório estabelecido por eles.
A interrupção do projeto renovador na Belas Artes reconduziu Warchavchik a São Paulo, onde iria se dedicar a projetar e construir prédios para aluguel em terrenos da família da esposa. Morreu em 1972.
Foi o principal introdutor do pensamento modernista na arquitetura brasileira com escritos em jornal e obras que provocaram reações e debate, pavimentando o caminho para grandes inovações estéticas no Brasil.