A lagoa do Largo da Carioca começou a ser aterrada em 1723, no mesmo ano da inauguração do Chafariz da Carioca, que trazia água do rio homônimo.
Esse chafariz foi uma grande conquista para a cidade, pois resolvia o problema da captação de água potável, até então buscada na foz do rio, na Praia do Flamengo. O aterro levou cerca de cinco anos para ser concluído e foi muito desejado pelos frades franciscanos, que reclamavam dos mosquitos que proliferavam nas águas da lagoa.
A área ainda era erma e perigosa, com um grande número de mendigos e escravos, que eram enterrados perto do convento. No entanto, o entorno começou a mudar com a construção da Igreja de São Francisco da Penitência em 1733, o novo convento e, em 1763, o Hospital de São Francisco da Penitência, que atraiu mais movimento para o Largo. O hospital, além de ser um centro médico, também virou ponto de encontro boêmio com o Bar do Necrotério.
Com o tempo, o Largo da Carioca passou a ser um centro comercial e cultural, com a proliferação de confeitarias e o surgimento de importantes edifícios, como o Theatro D. Pedro II. Na década de 1870, a inauguração da primeira linha de bonde eletrificado ligou o Largo à Zona Sul. O lugar também se tornou um polo de imprensa, com jornais importantes e a Imprensa Nacional localizados ali.
No século XX, o Largo passou por grandes transformações. Entre as décadas de 1920 e 1960, foram demolidos vários marcos históricos, incluindo o velho chafariz e o Theatro Lyrico. O Morro de Santo Antônio foi removido para dar lugar a novos edifícios, como o Petrobras, BNDES e BNH. A estação do Metrô, inaugurada em 1981, consolidou o Largo da Carioca como um ponto estratégico de transporte urbano. Hoje, a estação da Carioca é a mais movimentada da Linha 1.
Fonte: Multirio