O Rio de Janeiro sempre quis se antecipar às novidades que faziam sucesso no mundo. Em 1937, Companhia de Transportes Planaéreos, inspirado em Londres, Paris e Chicago, ganhava a concessão para construir o Planaéreo, um veículo de invenção inglesa que trafega sobre ’rails’ ou trilhos suspensos, acionados por hélices.
O planaéreo urbano do Rio poderia circular pelas ruas e avenidas ou ainda sobre linhas férreas. Inicialmente foi autorizado a construção de um trecho de 20 km de extensão do Centro à Zona Sul. Cada carro acomodaria até cem passageiros sentados e veículos partindo da Central de dois em dois minutos.
A autorização para construir chegou a ser assinada pelo presidente Getúlio Vargas. Segundo o documento a linha de transportes e os respectivos ramais do sistema denominado "Railplane Sistem of Transport" consiste em uma superestrutura rígida, elevada, suportando uma viga-trilho, sôbre a gual é suspenso o carro transporte, em forma de fuso, movido por helices de avião, colocadas nas extremidades.
Seria permitida à Companhia de Transportes Planaéreos do Rio de Janeiro S. A. a utilização do leito da Estrada de Ferro Central do Brasil para o assentamento dos cavaletes-suportes de sua linha e ramais.
Mas, a instabilidade gerada pela II Guerra Mundial adiou o projeto. A partir de 1945 chegou a ser discutido para ligar o Rio a Petrópolis em 20 minutos a mais de 300km por hora, mas novamente não evoluiu.
Uma ideia que tinha tudo para dar certo e que nunca saiu do papel. Apesar do interesse em todo o mundo, o inventor George Bennie não conseguiu obter o apoio financeiro de que precisava para desenvolver seu revolucionário sistema de transporte.
A linha proposta de Edimburgo a Glasgow não foi construída, nem a entre Southport e Blackpool . Em 1937, Bennie estava falido. Ele havia financiado a maior parte do trabalho sozinho.
O protótipo do avião ferroviário enferrujou em um campo em Milngavie até ser vendido para sucata em 1956. Bennie morreu no ano seguinte.